Cincopes

on 01 fevereiro 2022

PLANEJAMENTO - OS DESAFIOS DA GESTÃO

“No mundo, nada se cria, tudo se transforma”, Voltaire

Uso a afirmação de Voltaire pra fazer a minha. Nada mudou em gestão, apenas surgiram novas ferramentas, conceitos foram atualizados e as relações humanas evoluíram.

Muitos gestores acham que basta ter ferramentas e discurso para motivar pessoas, o trabalho fluir e o resultado aparecer. Pessoas fazem, pessoas vendem, pessoas compram. Portanto, negócios são pessoas.

Gerenciar pessoas é um exercício diário de resiliência, empatia e liderança, com uma boa dose de psicologia. Sua formação técnica estará sempre em segundo plano, porque competências podem ser aprendidas, mas a habilidade de se relacionar e entender as pessoas é um longo aprendizado que passa muito pela sua própria avaliação e gestão de pontos fundamentais para um líder. Em resumo, rapport e inteligência emocional são fundamentais porque um LÍDER não se preocupa com RESULTADOS, cuida de PESSOAS que CONSTROEM resultados.


GESTÃO DA HUMILDADE - mesmo que algumas pessoas entendam humildade como timidez, falta de confiança e até “saber o seu lugar”, eu prefiro a do Aurélio: “qualidade de quem age com simplicidade, uma característica das pessoas que sabem assumir as suas responsabilidades, sem arrogância, prepotência ou soberba”. Portanto, o primeiro grande desafio do líder é a gestão da humildade, reconhecer seus limites, suas fraquezas e entender que precisa da capacidade de outras pessoas para questionar e aprimorar suas ideias. O líder não deve ser o foco, porque a verdadeira grandeza é sempre discreta e lhe cabe reconhecer as contribuições dos outros para sua grandeza. Para o líder, humildade é sinônimo de força.

GESTÃO DO TEMPO – gerir o tempo é apenas fazer o melhor em menos tempo. Vejo executivos e coachs alardearem que trabalham dia e noite, invadem a madrugada debruçados sobre problemas, que se dedicam 24 horas ao negócio. Se você não consegue gerir sua vida, vai ser difícil gerir a empresa. Tempo é vida e o trabalho não pode invadir um espaço que não lhe pertence.

GESTÃO DO CONHECIMENTO – Nunca se sabe o suficiente, nunca se sabe tudo. O aprendizado está em qualquer lugar e por mais humilde ou simplório que seja o colaborador, ele tem uma carga de vida com alguma importância. Ler de tudo, de revistas a balanços, cria um caldo de informações que você deve processar, filtrar e transformar em conhecimento. E aprender a ouvir a voz da experiência facilita seu caminho. Nada do que você faz é novo, esse caminho já foi percorrido por outras pessoas.

GESTÃO DO VALOR – Ao contrário de processos tradicionais, a gestão por valor foca além dos objetivos a serem alcançados. Estamos em tempo de ESG e o seu propósito tem tanta importância quanto seu produto. E o propósito, a cultura, não estão num almanaque, cartilha, guia, manual ou no discurso inflamado do patrão. Ele é construído todos os dias pelo cliente, colaboradores e pela sua imagem projetada e percebida pelo mercado.

Uma empresa sem um Planejamento Estratégico público, transparente e discutido com todos não tem cultura, não sabe seu propósito.

Na gestão do valor, a liderança é participativa e cada membro da equipe compreende o valor de seu conhecimento, habilidades e atitudes para atuar e contribuir de forma mais produtiva e ágil. O time é responsável por definir como atingirá a meta. Ao chefe centralizador ou líder tradicional, pode parecer arrojado demais e um risco à sua posição, mas rever relações hierárquicas e rígidas é fundamental.

GESTÃO DA INOVAÇÃO - permite que a empresa aperfeiçoe seus processos a partir de ideias inovadoras para entregar produtos/serviços de forma otimizada, sem a necessidade de retrabalho. Desenvolver um modelo de inovação organizacional é essencial para conquistar maior competitividade no mercado e gerar vantagem competitiva.

gestão de inovação estrutura um processo com começo (entradas), meio (processamento) e fim (saídas e geração de valor), para que a equipe defina os meios e métodos para gerar valor ao concretizar ideias.

GESTÃO DAS PESSOAS – identificar e reter talentos, motivar pessoas, PDI, engajamento, gerenciar gerações, gerenciar ambiente... Pessoas são a base de qualquer negócio porque independente de seu segmento, pessoas fazem, pessoas vendem, pessoas usam, pessoas comentam, pessoas compartilham, pessoas amam... ou odeiam.

Líder é gestão e os seus verbos imperativos são delegar e compartilhar. Apesar das pessoas preferirem o convencional, a segurança à liberdade, cabe ao líder superar isso e fomentar a criatividade, provocar a disrupção, criar um ambiente colaborativo e gerenciar conflitos.

Você jamais terá um time, uma cultura se as pessoas fizerem apenas o que você quer ou manda, se limitarem à visão do líder, ops... chefe.

O time tem que ter liberdade para ser criativo, inovador, ir além. Mais do que fazer o que pode ser feito, fazer o que precisa ser feito.

Esse é o caminho para a evolução e o sucesso da empresa.