Foguete não tem ré, mas por falta de planejamento, explode ou cai.
Tenho
conversado com empreendedores e gestores com dificuldade em vislumbrar saída
para o seu negócio diante da mudança de perfil do consumidor e das novas formas
de relacionamento com o cliente. Essa dúvida tem dois caminhos, redirecionar ou pivotar.
Sempre
aconselho a realização de dois estudos, o da sua empresa e do mercado, porque
talvez o problema seja você não entender qual o seu lugar no mercado.
Na
empresa, avalie criteriosamente sua gestão operacional (portfolio, tecnologia,
relacionamento, equipe) e financeira (fluxo de caixa, reservas, despesas,
receitas e rentabilidade).
No
mercado, avalie a aderência de seu portfólio, técnicas de relacionamento, para
onde o mercado se move, qual será ele no futuro. Se você pensa na sua empresa
somente hoje, o seu problema será recorrente. Tenha disponibilidade e
humildade, porque geralmente o conhecimento e a solução estão fora da empresa.
A
alta gerência faz o futuro, a gerência média, vive o presente.
De
posse do resultado, você pode:
Redirecionar – descontinuar ou redesenhar produtos, abrir novos mercados, aprimorar serviços, oferecer novas soluções, inovar no que você tem.
Pivotar – alterar
o foco do negócio, mudar completamente o portfólio, investir em outras áreas usando
sua estrutura atual.
Sua
escolha se baseará em cinco princípios básicos:
1.
Compreensão
do problema. Na maioria das vezes, o problema não está no mercado,
mas na empresa. Uma avaliação fiel pode mostrar que pequenas alterações em
cultura, conduta, equipe e tecnologia resolvem o problema com poucos recursos.
2.
Recursos. É
importante entender que recursos não se referem especificamente a dinheiro.
Seus recursos estão na sua capacidade tecnológica, versatilidade de uso de seus
produtos, capacidade de mobilização, talentos e experiência dos colaboradores,
banco de dados e claro, reserva de capital, capacidade de investimento e de endividamento.
Geralmente o redirecionamento pode ser feito com recursos próprios, pivotar
exige recursos maiores.
3.
Foco
na atividade fim. Faça outsourcing de tudo que outro faça
melhor que você. Desenvolvimento de produtos, DBA, big data, comunicação, machine
learning, cloud, equipamentos, call center e tantos outros são mais efetivos com
especialistas familiarizados com fontes de pesquisa, desenvolvimento e novas
tecnologias, que criam conhecimento e soluções coletivamente. Monte uma unidade
de inteligência estratégica que mostre permanentemente como você está em
relação ao mercado. Isso permite que você se antecipe as necessidades e
soluções para seus clientes. Uma maratona de inovação interna envolvendo todos
os colaboradores democraticamente pode remotivar a equipe e apontar soluções
viáveis e práticas, baseadas no conhecimento e as experiências pessoais e
profissionais que cada um tem sobre o negócio.
4.
Política
de Colaboração – Mais importante que os recursos
financeiros é a capacidade de montar uma comunidade que incentive as pessoas, compartilhe
ideias e identifique soluções, democraticamente. Busque sinergia com empresas e
profissionais que possam ajudar no processo. O olhar de fora é mais apurado que
o interno. O venture building pode
agilizar o emprego de soluções com baixo custo e alta eficácia. Interaja com
seu cluster e rede de relacionamento, a solução pode estar lá fora.
5.
Compartilhe.
Divulgue suas ideias com stakeholders
para que haja massificação, interação, avanços e novidades sejam agregadas ao
processo conforme seu avanço. A pandemia do Covid19 deu uma mostra de como isso
é importante. A emergência mundial fez com que 240 laboratórios compartilhassem
estudos e resultados, o que permitiu o desenvolvimento de vacinas em tempo
recorde, graças a essa sinergia e à tecnologia. Resultados que demoravam
décadas foram encontrados em meses.
Além de tudo isso, esteja preparado para
ouvir, humildade para aprender e disponibilidade para compartilhar decisões e poder.
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