Cincopes

on 10 agosto 2021

PLANEJAMENTO - REDIRECIONAR OU PIVOTAR

 Foguete não tem ré, mas por falta de planejamento, explode ou cai.

Tenho conversado com empreendedores e gestores com dificuldade em vislumbrar saída para o seu negócio diante da mudança de perfil do consumidor e das novas formas de relacionamento com o cliente. Essa dúvida tem dois caminhos, redirecionar ou pivotar.

Sempre aconselho a realização de dois estudos, o da sua empresa e do mercado, porque talvez o problema seja você não entender qual o seu lugar no mercado.

Na empresa, avalie criteriosamente sua gestão operacional (portfolio, tecnologia, relacionamento, equipe) e financeira (fluxo de caixa, reservas, despesas, receitas e rentabilidade).

No mercado, avalie a aderência de seu portfólio, técnicas de relacionamento, para onde o mercado se move, qual será ele no futuro. Se você pensa na sua empresa somente hoje, o seu problema será recorrente. Tenha disponibilidade e humildade, porque geralmente o conhecimento e a solução estão fora da empresa.

A alta gerência faz o futuro, a gerência média, vive o presente.

De posse do resultado, você pode:

Redirecionar – descontinuar ou redesenhar produtos, abrir novos mercados, aprimorar serviços, oferecer novas soluções, inovar no que você tem.

Pivotar – alterar o foco do negócio, mudar completamente o portfólio, investir em outras áreas usando sua estrutura atual.

Sua escolha se baseará em cinco princípios básicos:

1.   Compreensão do problema. Na maioria das vezes, o problema não está no mercado, mas na empresa. Uma avaliação fiel pode mostrar que pequenas alterações em cultura, conduta, equipe e tecnologia resolvem o problema com poucos recursos.

2.   Recursos. É importante entender que recursos não se referem especificamente a dinheiro. Seus recursos estão na sua capacidade tecnológica, versatilidade de uso de seus produtos, capacidade de mobilização, talentos e experiência dos colaboradores, banco de dados e claro, reserva de capital, capacidade de investimento e de endividamento. Geralmente o redirecionamento pode ser feito com recursos próprios, pivotar exige recursos maiores.

3.   Foco na atividade fim. Faça outsourcing de tudo que outro faça melhor que você. Desenvolvimento de produtos, DBA, big data, comunicação, machine learning, cloud, equipamentos, call center e tantos outros são mais efetivos com especialistas familiarizados com fontes de pesquisa, desenvolvimento e novas tecnologias, que criam conhecimento e soluções coletivamente. Monte uma unidade de inteligência estratégica que mostre permanentemente como você está em relação ao mercado. Isso permite que você se antecipe as necessidades e soluções para seus clientes. Uma maratona de inovação interna envolvendo todos os colaboradores democraticamente pode remotivar a equipe e apontar soluções viáveis e práticas, baseadas no conhecimento e as experiências pessoais e profissionais que cada um tem sobre o negócio.

4.   Política de Colaboração – Mais importante que os recursos financeiros é a capacidade de montar uma comunidade que incentive as pessoas, compartilhe ideias e identifique soluções, democraticamente. Busque sinergia com empresas e profissionais que possam ajudar no processo. O olhar de fora é mais apurado que o interno. O venture building pode agilizar o emprego de soluções com baixo custo e alta eficácia. Interaja com seu cluster e rede de relacionamento, a solução pode estar lá fora.

5.   Compartilhe. Divulgue suas ideias com stakeholders para que haja massificação, interação, avanços e novidades sejam agregadas ao processo conforme seu avanço. A pandemia do Covid19 deu uma mostra de como isso é importante. A emergência mundial fez com que 240 laboratórios compartilhassem estudos e resultados, o que permitiu o desenvolvimento de vacinas em tempo recorde, graças a essa sinergia e à tecnologia. Resultados que demoravam décadas foram encontrados em meses.

Além de tudo isso, esteja preparado para ouvir, humildade para aprender e disponibilidade para compartilhar decisões e poder.