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on 31 agosto 2021

PLANEJAMENTO - ÁGIL, HORIZONTAL E INTELIGÊNCIA FLUÍDA

Um bom produto é IMPORTANTE, um bom mercado é ESSENCIAL, uma boa equipe é FUNDAMENTAL.

O mais importante em uma empresa é encontrar um mercado para seu produto, porque você pode ter a melhor equipe do mundo, o produto perfeito, mas sem mercado, não há negócio.

E quem encontra o mercado, perfila o cliente e modela o produto até transforma-lo num Product Market Fit? É a equipe.

Acontece que uma boa equipe não se faz de uma hora para outra. É preciso estruturar com cuidado, aproximar complementaridades e perfis pessoais, criar um ambiente produtivo e leve, unir experiência e academicismo, incentivar a rotação de atividades, provocar a criatividade e a iniciativa, dar liberdade e autonomia.



O gestor ou líder capaz deve cercar-se de sabedoria e talentos, pessoas que saibam mais que ele para beber do conhecimento alheio.

Isso exige uma troca de mentalidade também do colaborador acostumado com estruturas hierárquicas, onde o líder sabe tudo.

Cultura Ágil não pode ser apenas força de expressão. Sem as pessoas certas, não há agilidade que resolva.

A empresa, além de ser atraente aos talentos, precisa saber retê-los alinhando novas práticas de gestão dentro de uma estrutura organizacional ágil, menos hierárquica e mais fluída. O foco não é mais o cargo, mas como o potencial individual pode contribuir para encontrar soluções e agregar valor a um projeto ou ação da empresa.

Os líderes setoriais estão se tornando fundamentais junto a área de RH porque eles passam a ter a responsabilidade de definir competências e salários, assim como escolher ferramentas e nível de automação. O “The Future of Jobs Report”, do Fórum Econômico Mundial, prevê que até 2025, 48% do trabalho no mundo será executado por pessoas e 52% por máquinas. Para você entender a velocidade da mudança, hoje, 30% é automatizado. Nesse cenário, sumirão 75 milhões de vagas obsoletas, mas surgirão 133 milhões de novas oportunidades.

Não é o fim para o trabalhador, é a gênesis de um novo perfil profissional. O trabalho repetitivo será entregue a robôs/máquinas e a parte criativa, ao ser humano, portador dos fundamentos da CRIATIVIDADE, a liberdade e a autonomia.

 

PERSONA

Particularmente, sempre que possível, estruturo equipes com pessoas que tenham um perfil que considero próximo do ideal.

TER VIDA PESSOAL E HOBBIES – Pessoas que vestem a camisa da empresa até fora do horário de trabalho são apegadas ao emprego, não ao trabalho ou ao negócio. Ter vida pessoal e outros compromissos faz com que elas sejam extremamente produtivas durante o horário de trabalho, pois sabem que não terão tempo para retrabalho ou procrastinação. Eles vivem o mundo, são observadores, intuitivos e criativos, com muito mais chances de encontrar respostas e soluções.

PENSAM GRANDE E TEM PROPÓSITO DE VIDA CLARO – Não pensam grande pela empresa, mas por sua vida. O colaborador não trabalha para o líder, chefe, gestor ou para a empresa. Ele trabalha para si, para conquistar objetivos pessoais, viajar, aprender, construir sua vida e de sua família. Esse ponto é fundamental, isso o motiva a fazer sempre o melhor e um desafio para política de retenção da empresa.

CRIAM AMBIENTES LEVES E DIVERTIDOS – Não é a empresa que cria o ambiente, mas as pessoas, o time, a equipe. Elas convivem juntas, compartilham projetos, dividem angústias, conquistam valor, agregam conhecimentos e festejam cada vitória individual ou coletiva. Esse ambiente, físico ou virtual, gera muitas ideias e entre elas sempre haverá uma boa ideia.

COMETEM ERROS E AVANÇAM – São o tipo de pessoa que aceita o erro de baixo custo, desde que traga melhorias e aprendizados, e dividem a experiência obtida com o time. Empresas ágeis não erram por errar, apenas arriscam com condições controladas para usar o erro na melhoria de processos, aprender com eles.

SÃO ÁGEIS... - Autonomia, flexibilidade e colaboração definem o profissional ágil. Empresas que adotam o conceito “lean startup” ou metodologias como Kanban e Scrum, buscam esse perfil. Sem paredes ou hierarquia, profissionais de diversos setores formam squads, uma equipe multidisciplinar com objetivo comum, agregar valor e melhorar a jornada de entrega de projetos. Trabalhando juntos, presencialmente ou não, prescindem da quebra de ritmo ocasionada por atividades que geram desperdício, como reuniões improdutivas e calls desnecessárias, por exemplo, aumentando a produtividade, engajamento e motivação profissional.

.. HORIZONTAIS... A convivência, além de permitir uma visão geral de todos os processos da empresa, leva ao desenvolvimento de um conjunto de habilidades e competências, soft skills e upskills, como trabalho em equipe, flexibilidade comportamental, gestão de projetos, escuta ativa, gestão de conflitos e riscos, proatividade, empatia, entre outros. Esse blend é quase um PDI.

... E TÊM INTELIGÊNCIA FLUIDA – São profissionais com flexibilidade operacional, conhecimento eclético e capacidade de enfrentar novos problemas com naturalidade e segurança. Uma pessoa aberta a mudanças, que compreende seu processo permanente de construção e desconstrução (lifelong learning) e que através do autoconhecimento poderá descobrir e aperfeiçoar suas competências e habilidades para evoluir.

É um colaborador focado no crescimento pessoal e profissional, que usa sua vivência para aprimorar competências fundamentais para o profissional do Século XXI: o pensamento complexo, a capacidade de cruzar variáveis e definir rumo num ambiente incerto.

Dificilmente você vai encontrar tudo isso em um candidato, mas o papel do líder é encontrar a pessoa com potencial e ajuda-lo a preencher as lacunas que faltam.

O líder e os membros de sua equipe devem se sentir seguros para se expressar, para mostrar suas vulnerabilidades, isso faz surgir a confiança mútua para que as pessoas que trabalham juntas sejam reconhecidas como uma equipe.

O verdadeiro líder tem grandeza e coragem para expor suas limitações e, assim, sustentar sua liderança em alto nível.