Um
candidato com apenas oito segundos no horário eleitoral, conseguiu a atenção da
mídia nas vinte e quatro horas do dia, graças a um atentado idiota ocorrido
menos de vinte e quatro horas após a publicação da pesquisa que o colocava em
cheque com o aumento de sua rejeição de 37% para 43%. Ninguém se elege com mais
de 40% de rejeição.
Se
transformou em vítima e suas lágrimas não deixarão lembrar que não tem
propostas (o Rio Grande do Sul já elegeu um governador assim).
Seus
seguidores continuarão enchendo as timelines com imagens do atentado tentando
manter latente o fato, fazendo campanha sem campanha.
Ele
não precisa mais ir aos debates e a cada um deles será lembrado o motivo de sua
ausência.
Alckmin
se aliou ao que pior há em nossa política para ter direito ao maior tempo de
tv. Levou a maior fatia do horário eleitoral, mas Bolsonaro é notícia o dia
inteiro.
O
velho capitão não foi vítima do crime comum, de um vagabundo, de uma bala
perdida. Ele foi vítima da violência que prega, foi atacado por suas ideias.
Ele representa o conservadorismo que pensa ter a fórmula mágica que prescinde
da participação da sociedade para resolver os problemas do Brasil. Seus
seguidores, ao achar que os problemas do Brasil se resolvem apenas trocando o
presidente, mostram que entendem tanto de política quanto eu entendo de física
quântica. Sabem tanto de sociologia quanto eu sei sobre a origem do universo.
O
Brasil corre o risco de ter um presidente que não fez campanha, não participou
de debates, não fez comícios, não anunciou seu programa de governo, não
defendeu projetos e que não teve tempo de televisão.
O
maior confronto é entre um candidato no hospital contra um “candidato” na
cadeia, ironicamente dois dos maiores problemas do Brasil, saúde e segurança.
Digno
de um país sem projeto, sem educação, sem cultura e sem rumo.
A campanha diz mais sobre
os brasileiros do que sobre os candidatos.
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