Cincopes

on 17 setembro 2018

POLÍTICA: HOSPITAL X CADEIA

Os "inimigos" de Bolsonaro são muito burros, pois lhe deram o que ele não tinha e era tudo que ele queria.


Um candidato com apenas oito segundos no horário eleitoral, conseguiu a atenção da mídia nas vinte e quatro horas do dia, graças a um atentado idiota ocorrido menos de vinte e quatro horas após a publicação da pesquisa que o colocava em cheque com o aumento de sua rejeição de 37% para 43%. Ninguém se elege com mais de 40% de rejeição.
Se transformou em vítima e suas lágrimas não deixarão lembrar que não tem propostas (o Rio Grande do Sul já elegeu um governador assim).
Seus seguidores continuarão enchendo as timelines com imagens do atentado tentando manter latente o fato, fazendo campanha sem campanha.
Ele não precisa mais ir aos debates e a cada um deles será lembrado o motivo de sua ausência.
Alckmin se aliou ao que pior há em nossa política para ter direito ao maior tempo de tv. Levou a maior fatia do horário eleitoral, mas Bolsonaro é notícia o dia inteiro.
O velho capitão não foi vítima do crime comum, de um vagabundo, de uma bala perdida. Ele foi vítima da violência que prega, foi atacado por suas ideias. Ele representa o conservadorismo que pensa ter a fórmula mágica que prescinde da participação da sociedade para resolver os problemas do Brasil. Seus seguidores, ao achar que os problemas do Brasil se resolvem apenas trocando o presidente, mostram que entendem tanto de política quanto eu entendo de física quântica. Sabem tanto de sociologia quanto eu sei sobre a origem do universo. 
O Brasil corre o risco de ter um presidente que não fez campanha, não participou de debates, não fez comícios, não anunciou seu programa de governo, não defendeu projetos e que não teve tempo de televisão.
O maior confronto é entre um candidato no hospital contra um “candidato” na cadeia, ironicamente dois dos maiores problemas do Brasil, saúde e segurança.
Digno de um país sem projeto, sem educação, sem cultura e sem rumo.
A campanha diz mais sobre os brasileiros do que sobre os candidatos.