Cincopes

on 01 outubro 2018

POLÍTICA - PESQUISAS, REALIDADE E SUPOSIÇÕES


Estamos na reta final da campanha e o grande vencedor, qualquer que seja o resultado, está na cadeia, em Curitiba. Preso, calado, usa o silêncio para se agigantar como vítima alimentado pelo discurso de seus adversários e inimigos e a idolatria de seus seguidores. 
Lula é uma raposa e o ser mais político do Brasil, todos os seus movimentos são estrategicamente pensados e taticamente executados com maestria.
Vai fazer o PT ressurgir em todo o Brasil e, se a tendência das pesquisas se confirmarem, Haddad vai chegar na frente de Bolsonaro no dia 7 de outubro.

Claro, que o sucesso da estratégia de Lula deve muito aos erros do velho capitão e sua equipe.

Começou com seu posicionamento isolacionista e depois, graças a falta de confiança que seu comportamento gera nos potenciais parceiros, foi obrigado a montar uma chapa militar, restringindo ainda mais seu campo de atuação.
Continuou na campanha com as desastrosas declarações suas e de seus assessores, deixando claro o descompasso que reina entre sua visão de Brasil e a de seu vice e de seu coordenador econômico, desautorizados imediatamente por ele.
O atentado foi um “alento”, sustou o aumento de sua rejeição, rendeu tempo e manchetes na mídia e o preservou do confronto nos debates, onde se mostrou fraco e presa fácil para seus adversários.
Também ajudaram a falta de dinamismo de Alckmin, os erros de posicionamento de Ciro, a tibieza de Marina, a carga que o governo Temer faz Meireles carregar e a falta de potencial eleitoral dos outros. O MDB repetiu a tática usada com Ulysses e com Quércia, abandonando seu candidato a própria sorte, pensando apenas em manter o controle do Congresso. Pra variar, veremos novamente o partido na presidência da Câmara e do Senado coordenando o balcão de negociação, junto com PP, PTB, centrão e baixo clero. Haja dinheiro!
A própria Lava Jato, que poderia dar grande munição contra Lula e o PT, não conseguiu avançar nos processos, enquanto Haddad surfou no anonimato até que o STF lhe deu carta verde para fazer campanha.
Os índices nas pesquisas representam mais o antipetismo que apoio real à candidatura de Bolsonaro, porque apenas 10 a 12% do eleitorado, que representam nossa extrema-direita, pertencem a ele. 
Seu potencial para um eventual segundo turno está entre 33% e 36% num segundo turno. Ou muda ou seu sonho terá a duração de um voo de galinha.
Vamos aguardar os movimentos em busca do voto útil e do voto “do contra” de todos os candidatos e ficar atentos para o suspense da quinta/sexta-feira para alguma surpresa ou denúncia bombástica.