“O que Pedro
pensa de Paulo, diz muito mais sobre Pedro do que sobre Paulo” – Lise Bourbeau
As notícias internacionais tomam conta das manchetes
dos principais veículos de comunicação do Brasil e mostram a triste realidade,
lá e cá.
Pessoas, muitas das quais considero inteligentes,
mas que não conhecem o Brasil, levantam bandeiras sobre fatos de outros países,
manifestam opiniões sobre temas e realidades que desconhecem tangidos por
espertos que querem ver o circo pegar fogo.
A preguiça do inteligente é achar que do alto de
seus conceitos e preconceitos, tem a resposta a tudo – da fé à economia. Essa arrogância
o priva da verdade e da opinião baseada em fatos.
Ao invés de procurar a informação, se deixam levar
pelos discursos prontos, propostas discriminatórias, movimentos com cheiro de
mofo e pensamentos do século 19 que abarrotam nossas caixas postais, timelines
e retuítes.
Os principais jornais do mundo (Wall Street Journal, BBC, Deustche Welle, EFE, El País, China
Internacional, The New York Times, Financial Times, Euronews, Le Monde,
Ansalatina, Público, Diário de Notícias, Swissinfo, Pravda e muitos outros)
estão na internet com páginas em português e é uma oportunidade para conhecer
e, talvez entender a realidade. Assim, você pode se reconhecer como sensato, inocente
útil ou massa de manobra.
As notícias sobre o Brasil publicadas na imprensa
mundial mostram uma visão crítica e imparcial, mas a repercussão aqui é relegada
a um segundo plano ou ao esquecimento, exceto se o conteúdo diz respeito a seus
interesses.
Muito do que é publicado em nossa imprensa e mídia,
mesmo citando a fonte é editado e, não poucas vezes são omitidos parágrafos que
mostram o outro lado da história. Fotos são manipuladas, vídeos são editados e
“especialistas” são ouvidos. Eles apostam na sua preguiça em conferir a notícia
original.
Na última década, especialistas anunciaram dezenas
de vezes que o Brasil ia quebrar, isso não se concretizou, mas os mesmos
continuam a ser entrevistados e fazendo as mesmas previsões catastróficas que
só servem para alimentar manchetes por alguns meses.
A grande crítica de Sócrates à Ágora é que os
espertos manipulavam os humildes dando-lhes o básico, e aos inteligentes davam
motivos para brandirem seus conceitos e preconceitos contra os humildes. Na Ágora
surgiram os primeiros “homens de comunicação”, quando a elite, incapaz de
sensibilizar, convencer ou cooptar, pagava aos mestres da oratória para que com
seus atributos fizessem o serviço. Nossos meios de comunicação se tornaram uma
grande Ágora com datenas, faustões, scheherazades, bbbs, novelas e pastores
para os humildes. Aos “inteligentes” nossos canais de tv e rádio, qualquer que
seja o tema, ouvem sempre os mesmos cientistas políticos, economistas, diplomatas
e políticos. Num país com 200 milhões de habitantes, com quase quatro dezenas
de partidos e, hoje, com universidades de comunicação, direito, filosofia,
ciências políticas e sociologia em todo o território nacional, isso é uma demonstração
de falta de produção, dirigismo ou manipulação.
O Brasil é cheio de problemas, pequenos, grandes e
enormes, mas não vai ser marginalizando e criminalizando a política que vamos
resolvê-los. O que vivemos é uma campanha que alimenta o desencanto do cidadão
com a única forma democrática de resolver o problema, o voto. É a manifestação
clara dos incompetentes politicamente, de todos os lados.
Não espere cinquenta anos para conhecer a verdade,
porque a dos vencedores nunca é a verdade inteira. O valor do tempo está em
tornar toda a verdade pública e talvez daqui a meio século você não esteja aqui
para entender o seu papel na história.
Não tenho medo de ler e não quero hipóteses, não
quero convicções, não quero versões, a certeza de que “o fulano teria” e não quero o que “disse uma fonte que não quer se identificar”. Quero os fatos. A
visão imparcial. EU quero ter a MINHA OPINIÃO.
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