Cincopes

on 16 janeiro 2017

PLANEJAMENTO - A SABEDORIA DOS MEUS ERROS

Esta semana, participei de uma conversa que girou sobre a importância do erro e da persistência no empreendedorismo e lembrei deste texto que escrevi há dois anos e que tem muito a ver com o assunto. Não só no pessoal, mas na gestão de pessoas, entender os limites e o potencial dos membros da equipe é uma habilidade imprescindível do gestor de projetos ou líder de equipe. Segue o texto.



É normal a vergonha ou o mal-estar ao nos flagrarmos em erro, mas esse sentimento não pode nos impedir de aprendermos com ele. Aproveitar os ensinamentos em nossos tropeços é sinal de sabedoria.
Falhamos na evolução como seres humanos quando não admitimos que erramos e mais grave ainda quando continuamos a persistir neles.
Admitir nossas falhas é uma maneira positiva de aprendizado que pode se transformar em ganhos e oportunidades.
Muitas empresas têm manuais de procedimentos e processos e eles só se tornaram realidade porque muitos erraram antes de você. A empresa melhorou seus processos e todos ganharam.
Muito do que sabemos é fruto de nossa própria experiência, um processo natural de aprendizagem no ser humano. Segundo Jean Piaget, cada indivíduo constrói o seu conhecimento ao longo do processo de desenvolvimento e o erro é um componente poderoso. Avaliando os erros que comete, o indivíduo evita um segundo erro ao redobrar sua atenção.Há um ditado que diz que só os tolos aprendem com os próprios erros. Em parte, é uma premissa correta, mas ao montarmos um projeto ou implantarmos processos, temos que enfrentar o risco calculado de errar para aprimorar. Muitos rejeitam essa ideia dizendo que “foi sempre assim e funciona”, mas a inovação deve ser uma constante em empresas de qualquer porte.
No processo de gestão de equipe, o líder que não discute ou ouve, apenas censura ou pune, acaba tolhendo o desenvolvimento da equipe e o aprimoramento do trabalho, dos processos, projetos ou rotinas. Essa atitude desmotiva colaboradores, inibe os criativos e contamina o ambiente de trabalho.
Discutir os erros e usá-los como ferramentas para o aprimoramento profissional e interpessoal pode fazer a diferença. Criar espaços para que o colaborador se expresse é também uma oportunidade para observações pessoais quanto ao perfil de cada membro da equipe, permitindo redefinições de funções para aproveitar melhor as potencialidades de cada um.
A sociedade encara o erro como pecado, mas devemos mudar nosso pensar a partir do errando é que se aprende. A logosofia é uma interessante ferramenta para que conheçamos e superemos nossas limitações, e através da observação de outras pessoas, aprendamos ainda mais.
Lembre-se que aprendemos sempre, todos os dias e com qualquer idade. Nossa curiosidade, a humildade, o bom senso, a resiliência, a perseverança, o empreendedorismo, o conhecimento, a inovação e muitos outros atributos naturais que nos movem, são instrumentos poderosos na construção de nosso know how, experiência, habilidade, expertise ou qualquer outro nome que se use.
Assim como não existe idade para errar, não existe idade para aprender.
O bom líder e o chefe perspicaz devem gerenciar as habilidades de sua equipe, sempre baseado nas metas propostas e nas potencialidades de cada um.
Hoje em dia, se você acha caro manter talentos, experimente perder um.

Bil Lara