Cincopes

on 17 julho 2017

POLÍTICA - CADÊ O “P” QUE ESTAVA AQUI?

Se tem jeito de raposa, pelo de raposa, focinho de raposa, atitudes de raposa, então não é cachorro. É raposa!
Alguns partidos abandonam suas tradicionais siglas e adotam nomes sem a letra “P” de partido, seguindo uma tendência das áreas empresarial e publicitária chamada de rebranding.

É a forma que os partidos brasileiros encontraram para tentar se desvincular dos partidos tradicionais e da imagem atual dos partidos. E o empenho é tão grande que seus dirigentes não gostam de ser chamados de partido, mas de movimento, como se o simples abandono da palavra maldita os colocasse fora do sistema tradicional.
Será que é uma atitude válida para partidos?
Essa atitude, comum no Brasil em partidos de direita chega aos partidos de centro e aos de menor expressão que defendem bandeiras específicas.
Depois de Rede e Podemos, aguardam autorização do TSE o PSL (Livres) e o PTdoB (Avante) para também realizar a troca de nome.
A tentativa é clara, tentar se afastar do desgaste político, mas apenas isso não basta para enfrentar o descrédito do eleitor e o desencanto do cidadão.
O próprio PMDB estuda tirar o P e voltar a se chamar apenas MDB, numa proposta do senador Romero Jucá, mas isso não deve acontecer antes das eleições do próximo ano e vai depender muito do resultado em 2018. Em caso de insucesso, pode dar lugar ao surgimento de um novo partido.
O primeiro partido a tentar essa solução foi o DEM que enfrentou a resistência dos seus tradicionais políticos ao abandonar o nome PFL, mas a mudança não ajudou a transformá-lo num partido confiável e bem estruturado, mostrando que a simples troca não recupera a confiança da população.

A troca de nome pode dar resultado em curto prazo, mas se não houver a troca de prática, atitudes e compromissos, é um esforço inútil.