Cincopes

on 29 maio 2020

PLANEJAMENTO - CHEGOU O HOME OFFICE

“O home office permite ao colaborador concentrar suas energias no trabalho e na vida, e não no deslocamento ou outras complicações externas”. — Ken Matos, Life Meets Work

O covid19 antecipou o futuro.

A maioria das empresas e dos trabalhadores não estavam preparados para o home office.

Pra começar, muitas empresas não entenderam o que é home office, apenas mandaram o trabalhador cumprir jornada de trabalho em casa.


Falta conhecimento técnico sobre como ele acontece, ferramentas de acompanhamento, cultura organizacional, mudança de mentalidade dos gestores centralizadores, políticas de qualificação para o desenvolvimento profissional, além da desconfiança no trabalhador.

É evidente que esses problemas serão sanados, uma vez que ninguém pensou que ele perduraria por tanto tempo e se tornaria uma opção estratégica das empresas.

Empresas de tecnologia, como Google, Facebook, Twitter e XP, foram mais ágeis na adaptação e já oficializaram o home office geral para os próximos dois anos.

Em São Paulo e Rio, 40,2% das empresas de vários setores adotarão o processo. Desse percentual, 45% diminuirão seu espaço físico - 25,3% entre 10% e 30% e outras 16,2%, reduzirão em 50%.

Aquelas que não adotarem o home office, no todo ou em parte, terão que fazer grandes mudanças físicas com as novas regras de distanciamento. Isso vale também para as linhas de produção da indústria.

Hoje, de acordo com a atividade, um funcionário deve ocupar entre 4m2 e 8m2. O novo modelo exigirá 11m2.

Outra mudança será a volta aos espaços privativos. O Open Space, grandes espaços abertos com ilhas ou mesas conjugadas, será antieconômico e um risco à saúde. É impossível acomodar colaboradores com a regra de distanciamento Six Feets (1,80m).

O setor de imóveis comerciais será o grande beneficiado porque a empresa que optar pelo trabalho presencial terá que ocupar uma área quase 2/3 maior do que ocupado hoje.

O trabalhador e os gestores terão que ter outra mentalidade.

A produtividade individual aumentou, mesmo muitos não tendo infraestrutura necessária para trabalhar (espaço, banda larga, equipamento e infraestrutura). A exigência de estar on line o tempo todo está estressando e esgotando o trabalhador, contrariando o espírito do home office, o trabalhador criar seu próprio cronograma de trabalho baseado em metas e prazos. Sem isso, a liberdade do trabalhador estará comprometida e sua casa virará local de trabalho. Ele acabará indo para um coworking ou não terá uma casa para chamar de sua.

A ansiedade e sensação de isolamento vividas pelo trabalhador se devem a expectativa de volta ao trabalho normal no escritório. Quando trabalhar em casa fizer parte do dia a dia, se tornar normal e natural, isso deve acabar ou reduzir drasticamente.

As empresas poderão compartilhar talentos, reduzir seus custos com infraestrutura, energia, limpeza, manutenção e material de expediente, ganhar em produtividade, melhoria no nível de confiança entre empresa e colaborador, ter benefícios fiscais e melhorar a saúde laboral.

Essa não será uma transição imediata e nem fácil para as empresas pela mudança de cultura e ajustes a serem feitos na gestão da empresa, mas ela terá melhores produtos, serviços e colaboradores mais produtivos.

Os trabalhadores terão satisfação, rentabilidade e sucesso.

As pessoas trabalharão e viverão ao mesmo tempo.