Indivíduos, isolados, têm consciência, são
seres morais e “responsáveis” por seus atos.
Indivíduos, quando passam a pertencer a um
grupo, deixam a emoção coletiva se sobrepor à razão.
Vivemos numa época em que o efeito manada é
latente, presente em gestos, ações, atitudes, palavras e discursos.
E a manada fundamenta seus medos em fé, mentiras,
ideologias, interesses, moral, cultura... mas sempre com uma enorme dose de mediocridade.
Manadas não reconhecem a verdade e nem os interesses da coletividade.
O povo briga por cor clubística, lincha na
incerteza, põe fogo em desvalidos, depredam o público e o privado, encurralam o
espírito humanitário.
O povo não conhece a razão e tem como
característica ser enganado pela mágica das imagens, pelos magos da comunicação,
pelos bruxos da oratória e pelos fantasmas da idolatria.
O povo condenou Jesus Cristo. O povo apoiou
Hitler. O povo derrubou governos legítimos. O povo erigiu ditaduras. O povo
queimou “bruxas”.
O povo execra todos aqueles que se recusam
a ser assimilados e bom senso, equilíbrio, diálogo e imparcialidade se
transformam em "defeitos" insanáveis.
Tanto no platonismo quanto no aristotelismo,
dialética é a contradição de espírito que nos torna únicos e junto com esses "defeitos" formam os pressupostos básicos sobre os quais se constrói a democracia.
Em época de pós-verdade, fakenews, lawfare e
certezas incertas, a dialética dá muito trabalho.
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