“Bem
como há uma arte de bem falar, há uma arte de bem ouvir”
Epíteto
O
título acima é uma obviedade e está relacionado com o artigo anterior “A
Incapacidade de Julgar”.
A
maioria das pessoas não está preparada para ouvir, qualquer diálogo evolui para
o debate e daí para a discussão acalorada é um pulo. O maior motivo é que as
pessoas iniciam qualquer conversa pelas diferenças e não pelo comum entre elas. As pessoas não querem ouvir, querem convencer sobre como
estão certas em seus pontos de vista.
Por
mais razões e argumentos que você use, elas não ouvem, porque não querem
compreender, querem contestar, refutar. Você acha que está num diálogo, mas
entrou num duelo.
Não é
por nada que temos dois ouvidos e apenas uma boca. Muitos têm a capacidade de ouvir, mas poucos tem o dom de escutar.
Escutar
é ter respeito pelo outro, ter interesse real no que ele tem a dizer. Exige
questionar seus próprios pontos de vista e avaliar as ideias do outro. Exige
esforço, intelecto, abandonar sua zona de conforto, se mostrar vulnerável.
Escutar é criar um espaço compartilhado em busca da compreensão, que leva ao
diálogo e, por fim, à solução.
Aquele que apenas ouve, quer mesmo é convencer. São pessoas
autoritárias, narcisistas ou com baixa autoconfiança e base intelectual
limitada a dogmas e conceitos determinados por grupos.
Essas
pessoas possuem ego enorme, mas frágil, têm insegurança pessoal e
dificuldade de compartilhar projetos e metas com um grupo. Para elas, pensar é
uma derrota.
O
interlocutor maduro é objetivo, dribla esses problemas, procura pontos comuns,
incorpora ideias e sentimentos.
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