Alguém conhece o polo têxtil da serra gaúcha?
Ou o polo têxtil de Santa Catarina?
Ou o do interior de São Paulo?
Ou, ainda, o do Ceará?
Alguém me explica porque estamos comprando sapatilhas,
toucas, máscaras, aventais, lençóis, fronhas, luvas e outros produtos têxteis
dos chineses?
Nossa indústria está sucateada, sem investimentos,
esperando as benesses do governo.
Falta ousadia, comprometimento social e patriótico, visão
de negócio e de futuro ao nosso empresário. Nada de risco, nada de competir,
nada de cooperar.
É mais fácil produzir na China ou países periféricos do
que ter um parque industrial para gerir, colaboradores para promover ou
oferecer produtos de qualidade, com valor agregado ao mercado.
Tenho pena do Serviço de Mobilização do Ministério da
Defesa.
Para quem não conhece e acha que mobilização nas Forças
Armadas é só convocar jovens para o serviço ativo, há um setor que identifica
todas as empresas e oportunidades no país que possam atender um esforço
nacional em caso de guerra ou tragédia, que é o caso atual.
Cito, como exemplo, a capacidade da Tramontina conseguir,
em pouco tempo alterar sua linha de produção para produzir capacetes. Ou como a
indústria automobilística poderia se reestruturar para produzir veículos leves ou
utilitários para o transporte de pessoal e carga. Ou como o setor têxtil pode
produzir uniformes e material de saúde com grande demanda.
O Ministério da Defesa conhece como poucos a capacidade
instalada e operacional do parque industrial brasileiro e é um trabalho
acompanhado e atualizado permanentemente.
O que me assusta é essas empresas terem se recolhido, com
algumas exceções, e não estarem participando do esforço do país para combater a
pandemia.
É fácil dispensar funcionários, fechar as fábricas, ir
para as rede sociais reclamar ou fazer carreatas antissociais pedindo que o
governo faça o esforço sozinho.
Empresas têm responsabilidade social, responsabilidade com
a comunidade.
A frase não é minha, é do Financial Times. “Capitalismo. É
hora de um recomeço. Empresas, além de lucro, tem que ter propósito”.
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