Os partidos e as universidades têm papeis semelhantes no desenvolvimento do país. Cabe a eles perceber as necessidades presentes e futuras e encaminhar soluções para a sociedade.
Hoje,
nossos partidos políticos olham apenas para seus umbigos e de seus donos.
E nossas universidades vivem à míngua numa política clara de desconstrução da inteligência e do conhecimento nacional. Se não fosse os pesquisadores, não teríamos avanços tecnológicos, a história não seria viva e as ideias não se propagariam. E não teríamos vacinas.
A
política de implantar escolas cívico-militares está inserida nessa lógica.
Enquanto os alunos das escolas públicas aprenderão a obedecer baseados em uma
ideologia, os alunos das escolas particulares aprenderão liderança,
empreendedorismo, consciência crítica, filosofia, sociologia e ciências
sociais, baseados em Piaget, Paulo Freire, Montessori, Savani, Steiner... Quem
vai pensar, quem vai mandar e quem vai obedecer?
Os
novos partidos nada têm de novo. São amontoados de interesses, fisiologismos e
corrupção, sem qualquer compromisso com a sociedade. Dizem que não são de
esquerda, nem de direita, nem da situação ou da oposição, mas partido de
posição. Isso é dizer mais de nada.
Precisamos
de partidos políticos atentos a opinião pública e aos interesses da sociedade,
que se afastem dos formadores de opinião de almanaque e dos interesses
econômicos/comerciais, subalternos e difusos.
Que
defendam não só a liberdade de expressão, mas com o mesmo vigor sejam a favor
da liberdade de imprensa e o livre acesso à informação; que incentivem a
prática democrática nos meios de comunicação, a cultura como obrigação de
concessionárias de rádio e televisão; que haja o incentivo à leitura, a prática
do diálogo para construir o consenso e do debate para a consolidação do desejo
da maioria com respeito à minoria; que se abra a porta de saída para os
programas sociais oficiais, que as agências reguladoras sejam realmente
independentes de ideologia e de pressões comerciais.
Os
partidos devem respostas à sociedade. Devem assumir a responsabilidade pelos
atos de seus filiados, devendo ser punidos junto, porque o preenchimento de
cargos públicos passa por eles e por seus financiadores. Fazer com que princípios,
moral e ética não sejam usados como bandeira para justificar posturas, privilégios
e discriminação.
O
financiamento público de campanhas precisa ser regulamentado, tendo duas
fontes. Uma parte pública e outra privada, em partes iguais. E só funcionará se
tiver um aparato de fiscalização com ferramentas, agilidade e transparência para
que processos não se arrastem em prejuízo das instituições.
Democracia
é o constante confronto buscando o aprimoramento da sociedade. Se você só ouve
as pessoas que pensam como você, lê livros só com ideias com as quais concorda
e com cenas que afagam tuas boas intenções, você está vivendo num coma
intelectual e emocional.
Não
há calmaria na democracia. Há debate, diálogo, disputas, mudanças, avanços e
retrocessos, em paz, em ordem.
Vivemos
um momento em que o homem se distancia da sociedade, o indivíduo é substituído
pelo individual, a crítica é vista como ousadia, a sensatez é artigo raro e
educação se confunde com conhecimento.
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