Cincopes

on 02 outubro 2022

POLÍTICA - A ELEIÇÃO É UM SÍMBOLO

Votar é seu direito, fiscalizar é seu dever.

Eleições sempre são vistas como oportunidades para melhoria de vida, aprimoramento da máquina governamental e como solução de problemas que afligem a sociedade.

Duas das principais características da DEMOCRACIA são a realização periódica de eleições livres e mandatos eletivos com duração definida.

No país, as eleições apresentam um bom percentual de participação, mas elas se tornaram apenas um símbolo da democracia, não se completam no mandato resolutivo e eficiente dos eleitos. E nem pela participação ativa do eleitor na fiscalização e cobrança do poder público e dos agentes políticos no cumprimento de suas promessas.

Nas últimas décadas, em todo o mundo surgiu um movimento coordenado sabotando o sistema eleitoral, incentivando os movimentos antipolítica e justificando a rejeição aos partidos. A população absorve e se sente enganada, esquecendo que também não cumpre seu papel. Assim como o mandato do eleito inicia após o resultado das urnas, a obrigação do eleitor permanece até o próximo pleito.

No Brasil, nenhum partido consegue a união em torno de uma bandeira. Esse símbolo adere à uma personalidade pelo caráter de salvador da pátria que o eleitor enxerga no político. Em 2018, Bolsonaro era o discurso. Sem vínculo político ideológico ou histórico com qualquer partido, ele surfou nessa onda, levando o populismo representado pelas viúvas da ditadura, conservadores, ruralistas, elite insatisfeita e população descontente e marginal à vitória.

Mesmo o populismo como voto de protesto deve ser exercido com moderação e bom senso ou corremos o risco de cairmos na armadilha em que nos metemos na eleição de 2018.

Os dois lados, eleito e eleitor, têm culpa e por isso as eleições passaram a ser simbólicas. Independentemente do resultado, os eleitos continuam iguais e o eleitor continua a não cumprir o ciclo – vota-fiscaliza-reelege ou troca.

Espero que o brasileiro tenha aprendido a lição.