Falsas ideologias, convicções pessoais, partidos descartáveis.
A nuclearização partidária ficou mais
clara em todo o país com o embate ideológico e personalista da eleição neste
ano.
O MDB é um caso clássico. Apesar de nunca poder ser chamado de partido ideológico, com filosofia e política definida, porque sempre foi um partido de caciques regionais, mas nesse ano, a nuclearização chegou aos diretórios municipais.
No Rio Grande do
Sul, mesmo o partido tendo indicado o vice do tucano Eduardo Leite, o diretório
da capital, sob o cabresto do prefeito Sebastião Melo, decidiu apoiar Onix.
Melo, há bastante tempo vem virando à direita. Quando
vereador, já dava sinais nessa direção e sua coligação com o PP para concorrer
à prefeito, mostrou que o alinhamento não era só político, mas também
ideológico.
É um populista,
posando de coletes, bonés e chapéus em obras em bairros populares, o típico
zelador urbano.
Por outro lado, é
também o representante dos concessionários e cessionários dos serviços públicos
e grande defensor do ramo imobiliário.
Como exemplo,
dois episódios isolados que, vistos em conjunto, comprovam isso.
Na revisão do
Plano Diretor, menosprezou o trabalho da UFRGS, preferindo um relatório que se
alinhava mais com o mercado e menos com a cidade.
E no episódio do
passe livre no dia da eleição do primeiro turno, resistiu e recorreu até o
último minuto para que não fosse aplicado, contrariando o entendimento do TSE e
STF, acatado por várias capitais brasileiras. No dia da entrega do projeto à
Câmara Municipal, subiu à tribuna e agrediu os vereadores e o Judiciário, na
figura da Defensoria Pública.
Esse exemplo se
repete em vários estados e até no plano nacional, uma vez que Simone Tebet foi
candidata à presidente contra a vontade de várias correntes e caciques
emedebistas.
A mesma situação
está em outras siglas. O PSDB está perdido em egos. O PTB definha. PP. PDT,
Republicanos e PSB reduziram o número de cadeiras.
Em nível
nacional, o maior exemplo é Jair Bolsonaro. Se elegeu por uma legenda de
aluguel, governou sem filiação partidária e só se filiou ao PL para poder
concorrer à sua reeleição. Se conseguir se reeleger, em março, estará em outra
bandeira ou nenhuma. Se perder, vai liderar o bolsonarismo ou curtir a
aposentadoria e passar o bastão para seus filhos e a mulher, que ingressará na
carreira política ostensiva.
Os partidos viraram sopa de letrinhas, deixaram de ter peso, mais valem nomes, bancadas suprapartidárias de interesses e o orçamento secreto.
Isso é um risco à DEMOCRACIA!
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