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on 08 novembro 2023

PLANEJAMENTO - ANDRAGOGIA NA MENTORIA

A aplicação da andragogia no processo de mentoria segue alguns conceitos básicos que devem ser equilibrados com a vivência e a experiência do mentor e do mentorado. Não é uma fórmula pronta, cabendo ao mentor a capacidade de avaliar seu uso de acordo com o perfil do cliente.

A andragogia é um processo de coaprendizagem onde o mentor é referência e o facilitador que acompanha o desenvolvimento e dá liberdade ao mentorado para dirigir o aprendizado a fim de alcançar os objetivos no prazo acordado entre ambos.

Como não é consultoria, o mentor não apresenta soluções ou respostas prontas. Ele usa sua experiência como provocação para que o pupilo use seu autoconhecimento e vivência para encontrar respostas.

Se ela é iniciativa do mentorado, ele despertou o primeiro princípio da mentoria, a vontade de aprender. O autoconhecimento e a motivação formam a base para desenvolver habilidades ou corrigir deficiências profissionais ou humanas para a evolução pessoal e profissional.

Se ela é corporativa, o foco é o desenvolvimento de competências e habilidades individuais na formação ou qualificação de lideranças para aprimorar o nível do quadro funcional.

A autonomia é fundamental na andragogia. O pupilo tem controle sobre o processo, respeitando o alinhamento feito com o mentor ou com a empresa quanto à forma, conteúdo, cronograma e metas. Essa autonomia pressupõe respeito ao mentor diante de imposições eventuais.

Nessa relação, a experiência de ambos é o ponto de partida para acessar a mente do pupilo.

Os avanços podem ser feitos por iniciativa do mentorado ou através de análise de desempenho e testes aplicados. A organização deve fornecer as ferramentas e os meios e alinhar e validar todo o processo, passo a passo.

A análise do histórico, competências, habilidades, perfil, disposição do candidato e a aplicação de entrevistas semiestruturadas são fundamentais na seleção.

No final da mentoria, o aproveitamento deve ser imediato para evitar frustração e prejudicar o avanço profissional, fatores que acabam atrapalhando o ambiente e o humor do time.

Sendo um processo entre experientes, é normal, comum e salutar o desenvolvimento também do mentor ao absorver conhecimento e experiências numa evolução conjunta.

Ser escolhido como pupilo reforça a autoestima.

Ser mentor é autorrealização.

Externamente, bons exemplos são mobilizadores corporativos.

Pesquisa da Harvard Business Review mostra que 84% dos CEOs de grandes empresas globais entrevistados afirmam que melhoraram seu desempenho, evitaram grandes erros e tomaram decisões mais assertivas graças a experiência e vivências de seus mentores.

Investir em sua equipe é investir na empresa. Quando o colaborador não se atualiza, quem envelhece é a empresa.