Cincopes

on 19 novembro 2023

PROSA - A BANDEIRA DA XENOFOBIA

Hoje é o DIA DA BANDEIRA NACIONAL e é claro que o título deste artigo é uma provocação.

O sequestro de nossa Bandeira tentando dividir os brasileiros é preocupante, uma tentativa de achar que há brasileiros melhores que os outros.

Não, os brasileiros precisam é de coisas DIFERENTES. O que é importante para um é desimportante para o outro. E, às vezes, a desimportância econômica, social ou civil é apenas a faísca usada pelos extremistas para discriminar e marginalizar cidadãos.


A BANDEIRA NACIONAL é símbolo de nossa identidade nacional e sua defesa será melhor quanto maior o sentido de pertencimento a unir desejos, sentimentos e ideais de um povo.

As 27 estrelas que a compõem representam TODOS os brasileiros. As cores são resquício de nosso passado. Na Proclamação da República, Portugal exigiu que suas cores fossem mantidas. A esfera azul substituiu o globo armilar com o lema positivista e criou-se a história de que o verde, o azul e o amarelo representam nossas matas, céu e ouro. Na verdade, lembram nossa origem colonial, são as cores da Casa de Bragança (D. Pedro) e da Casa de Habsburgo (Imperatriz Leopoldina). Cores em bandeiras sempre lembram sentimentos como valor, paz, perseverança, resistência, justiça, república, união e outros.

Quem não se emociona ao vê-la envolvendo corpos de atletas vencedores? Quem não se orgulha ao vê-la no uniforme de nossos militares em missões no exterior? Quem contém o júbilo ao vê-la junto às de outros países nos grandes fóruns políticos e econômicos do mundo? Quem fica impassível ao vê-la tremulando em continentes distantes como a Antártica?

Precisamos retomar nossa Bandeira e discutir o patriotismo, o civismo e a cidadania. Promover o amor à Pátria e a consciência cidadã através da difusão do civismo e da discussão do papel do cidadão e sua participação política na sociedade.

Montesquieu, o precursor da sociologia diz que não bastam as instituições formalmente estabelecidas: à natureza dos governos soma-se um princípio correspondente da coletividade.

Civismo sem cidadania e, sem espírito cívico, é uma cidadania incompleta. A República é baseada na virtude política, a capacidade de a sociedade incorporar todos os cidadãos nas decisões baseadas em valores compartilhados, definindo e buscando o bem-comum.

A Constituição, por si só, não constrói a realidade, mas a aplicação dos mecanismos de defesa e conquista de direitos individuais e coletivos nela contidos possibilitam novos espaços de discussão e organização, mais debate público e mais participação.

O Brasil percorreu caminhos tortos e obscuros, em outras, paz e avanços, sempre em busca da república de nossos sonhos. Hoje, temos uma República melhor, mas ela nunca ficará pronta. A continuidade da construção política pela sociedade e pelo Estado, é feita por instituições modernas que respeitem e atendam as necessidades da população.

Pensar o patriotismo e praticar o civismo transformará o Brasil em uma potência coesa e justa com a integração de todos os brasileiros, independente de raça, credo, filosofia ou ideologia.

Ninguém é capaz de prever o futuro. Cabe ao conjunto dos brasileiros, com patriotismo e espírito cívico, discutir e definir esse futuro, Um novo Brasil, fruto da mudança feita pela sociedade, usando a política como meio e os políticos como instrumentos.

Quando temos princípios, não nos dobramos. Quando temos ideais, transformamos.

No DIA DA BANDEIRA, pense nisto. Essa é a bandeira de todos nós, essa é a verdadeira bandeira que devemos defender.