It's money, stupid!
ALGORITMO é
uma palavra presente em qualquer assunto relacionado à tecnologia.
Eles fazem
uma engenharia reversa coletando dados
do que você vê, procura, assiste ou compra instalando plug-ins em seus equipamentos e passam a te seguir nas 24 horas do dia. Notebooks, celulares,
computadores ou mesmo sua voz são fontes de informação que traçam seu perfil
e o vendem para o mercado colocar em seu caminho o que você procura, deseja
ou nem sabe que quer.
Como gôndolas
em um supermercado, as plataformas oferecem produtos de marca própria e colocam
seu perfil na prateleira para que outros interessados ofereçam seus produtos ou
serviços.
É uma relação viciante, sinistra e doentia. Você fornece voluntariamente seus dados e a plataforma
manipula seus desejos e fraquezas,
como um traficante de drogas oferecendo a primeira bala.
Tão comum em big techs, se espalhou no mercado virtual num processo chamado de enshittification
(busca por receita a qualquer custo), opção das plataformas que perdem qualidade e audiência e precisam
aumentar sua receita. O conteúdo é apenas fachada
para o grande negócio, a venda de dados.
Estudos liderados pela Tracking Exposed – organização europeia
sem fins lucrativos que tenta entender como funcionam os algoritmos, mostram o
quão importante é a regulamentação
para coibir abusos, oligopólios e manipulações.
Não é um libelo contra a
tecnologia, apenas mostra que o mal está mais presente que o bem. Para cada recurso
tecnológico positivo, a ganância e a
maldade geram uma centena de
armadilhas, truques e golpes.
Já fomos 11 dígitos do CPF, agora somos uma sequência de 0 e 1 onde a dopamina subjuga o livre arbítrio.
A sociedade começa a questionar
o poder dos manipuladores de
algoritmos como as dezenas de estados norte-americanos
que estão processando a Meta, dona do Facebook e
do Instagram, por usarem “artifícios
para atrair e prender jovens e adolescentes para ter lucro” e por negligenciarem “o dano considerável que essas plataformas causaram
à saúde mental e física dos jovens de nosso país".
É praticamente impossível
rastrear essas iniciativas, porque as regras podem ser programadas pra
funcionarem por pouco tempo e com um simples apertar de um botão, são mudadas
ou desaparecem.
E os termos de uso
dessas plataformas são uma armadilha. Sendo um contrato por adesão, não
permitem discussão ou alteração individualizada de qualquer cláusula. Você
assina bovinamente e entra na boiada.
A internet foi criada com boas intenções, mas delas o inferno tá cheio.
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