Só porque
tudo está diferente não significa que alguma coisa mudou, Irene Peter
O mundo vive de novidades, mas o mesmo não ocorre em gestão. As bases do
negócio ainda estão dentro de princípios básicos: receita, despesa, equipe, PMF,
logística e comunicação são temas fundamentais, porque todos os outros estão
sob seus guarda-chuvas.
Os jovens menosprezam estes assuntos e os veteranos relutam em entender como a tecnologia pode ajudar na gestão dos negócios, prejudicando o ritmo da integração geracional.
Recentemente, um jornal tradicional de São Paulo listou alguns conselhos
que não fazem sentido e devem ser evitados no meio corporativo.
É uma afirmação precipitada que merece outros pontos de vista.
INTROVERSÃO NÃO É PROBLEMA - O problema sempre foi de gestão de pessoas,
nunca a introversão. Gerenciar o profissional com esse perfil exige uma
liderança aberta, criativa e motivadora que administre relações e conflitos
para que uma equipe diversa, plural e engajada produza resultados. Não foi a
introversão que deixou de ser problema, mas a liderança que entendeu seu
potencial de foco e criatividade.
NETWORKING NÃO É SOBRE QUANTIDADE – É TAMBÉM sobre quantidade. As
conexões estão mais dispersas e fluídas e ter um networking que equilibre
qualidade e quantidade facilita. Networking não é só entregar cartões de
visitas, mas ter rede pessoal e digital influente, consistente, conectada e com
conteúdo relevante.
ESPECIALIZAÇÃO ABRANGENTE - A redução dos níveis hierárquicos e as novas
relações de trabalho mudaram o ambiente corporativo e as necessidades quanto as
competências e habilidades, mas especializações ainda são importantes,
principalmente em algumas áreas específicas, principalmente técnicas. Um
profissional horizontal é importante e o surgimento dos nexialistas não
pressupõe a supressão dos especialistas.
ESCOLHA FAZER O QUE GOSTA É UMA MÁXIMA QUE NEM SEMPRE FUNCIONA - Faça o
que você gosta e nunca se sentirá trabalhando é uma falácia dos tempos da
reengenharia e foguete não tem ré. Ninguém gosta de trabalhar, as pessoas
gostam de criar e serem produtivas e esse sentimento é latente na Geração Z.
Eventualmente, as pessoas trabalham com profissionalismo no que não gostam para
sobrar mais tempo para fazerem o que gostam. E um dia isso pode virar seu
negócio.
MULHERES NÃO PRECISAM ESCOLHER ENTRE CARREIRA E FAMÍLIA - Infelizmente,
muitas vezes não há escolha. A sociedade as trata de forma diferenciada e
preconceituosa, os governos não dão condições para que possam trabalhar confiantes
que seus filhos estão em segurança e nem as políticas corporativas tratam as
mulheres e, principalmente, as mães com justiça. Ainda há preconceito em
contratar mulheres com filhos ou aquelas que revelam na entrevista seu desejo
de maternidade futura. Numa escolha entre três profissionais com perfis
semelhantes - um homem (com filhos ou sem filhos), uma mulher sem filhos e uma
mãe, quem você acha que teria mais chances de ser contratado ou promovido?
IDADE NÃO LIMITA NOVAS OPORTUNIDADES - Essa regra teve um ponto fora da
curva durante a pandemia, quando as empresas tiveram que buscar no mercado
profissionais experientes para gerir crises e conflitos. Mesmo sem nunca terem
gerenciado equipes em home office, foi essa geração que conseguiu organizar o
trabalho e as pessoas. Passada a crise, há dupla culpa. O mercado voltou a ser
reticente com a geração prateada e muitos seniores buscaram novas oportunidades
ao se sentirem úteis e motivados. Agora, são caros.
Há outros exemplos na matéria, mas acho que esses demonstram que nada
muda tanto que apague o básico.
Você conhece outros conceitos que não perderam o sentido ou foram atualizados?
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