Durante o bate-papo com Eduardo Gianetti, na Semana Caldeira, pensei nas inúmeras empresas que sucumbem presas na armadilha do autoengano do empreendedor. Infelizmente, não consegui perguntar porque cedi minha vez ao Jorge Gerdau (compreensível, né!), mas gostaria de ter compartilhado com as centenas de jovens empreendedores na plateia uma experiência que é o foco de tensões no relacionamento entre C-Levels, gerência média, advisors e consultores.
O autoengano
clássico entre empreendedores, chefes e líderes é a falta de humildade. Eles se
veem maiores do que realmente são, superestimam suas capacidades, acham que
sabem, sua ideia está pronta, perfeita, não precisa de aprimoramentos ou outros
pontos de vista. Ego aliado ao hiperfoco, faz empresas serem menores do que
podem ou as faz sucumbir.
Periodicamente,
o empreendedor deve ter humildade e medir seu autoconhecimento se fazendo uma
pergunta, E SE NÃO FOSSE EU?
Reviva seu passado e o que precisou ser feito para
viver o presente, que deve ser
avaliado com o viés da satisfação pelo resultado e, também, com consciência crítica.
Sei a
diferença entre produto e negócio? A empresa estaria melhor se tivesse
compartilhado responsabilidades e visão de negócio? Por que perdi profissionais
no caminho? Meu mix de produtos atende o mercado? É o que o mercado precisa ou
o que eu quero? Aproveito todo o potencial do negócio? E a principal, onde
poderia estar a empresa se não fosse eu?
Muitos só
fazem essas perguntas nas crises ou quando o faturamento empaca por dois ou
três meses e tentam encontrar culpados nos outros, sem olhar para si ou para os
processos. Percentualmente, três meses sem aumento da receita significa marcar
passo um quarto do ano, perdendo rentabilidade todo o mês.
O preço de
marcar passo é medido pelo COI (Custo por Inação), sua perda de tempo,
oportunidades, mercado e evolução sem possibilidade de recuperação.
Muito do que
ofusca o empreendedor está na propaganda do “faça você mesmo”, “seja um vencedor”
e o uso de exemplos fora da realidade de 99,9% do mercado.
Você é...
- uma Uber e
pode esperar catorze anos para o primeiro resultado positivo?
- uma Amazon
e aguenta seis anos até o primeiro lucro e mais catorze de baixa rentabilidade?
- um Nubank e
suporta prejuízo por dez anos seguidos?
- um Bill
Gates e tem sensibilidade para se afastar do comando ao perceber que você
limita o futuro da empresa?
- um Steve Jobs,
tem autoconhecimento e humildade, e chama outros para organizar o negócio?
- um IFood e
tem U$ 20 bilhões para alavancar um mercado?
Ler
tutoriais, assistir palestras, participar de seminários, seguir coachs e especialistas ou copiar cases sem adaptar à sua realidade não
resolvem se você não tiver uma base de gestão que faça o aprendizado mais
rápido e proveitoso.
Entendido o
passado e corrigido o presente com respostas conscientes, se debruce sobre a
projeção de futuros com mais segurança, levando em conta sua capacidade de
enfrentar a concorrência, plano de contingência para instabilidades, como redescobrir
seu cliente, sua percepção de como poderá ser o mercado futuro, quais são as tendências
mundiais para o setor e se você, equipe e estrutura estão prontos para
enfrentar o desafio.
Pelo seu futuro e do negócio, não caia na armadilha do autoengano.
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