Faço algumas ponderações sobre as tendências atuais nas relações trabalhistas e na gestão de pessoas no Brasil, focando especificamente na transição da jornada de trabalho 6x1 para modelos mais flexíveis.
Neste
caso, lembro da piada em que o homem vê a casca de banana em seu caminho e o
único pensamento que lhe ocorre é “vou cair”.
É
assim que tenho percebido o ambiente corporativo tratando do assunto. As
empresas que ignoram os sinais claros do mercado e da sociedade podem se preparar
para uma queda inevitável.
A
discussão não é mais "se" a jornada 6x1 vai acabar, mas
"quando" e como cada empresa se adaptará à nova realidade para se
manter competitiva e relevante. A proatividade em planejar e implementar essas
mudanças será um diferencial estratégico e competitivo.
Não
é mais questão de discutir o problema, mas ter um debate propositivo interno
para se adaptar. É um tema pacificado que já devia fazer parte do planejamento
de todas as empresas, uma vez que falta apenas definir data e cronograma de
implantação.
Como
a jornada de trabalho, o décimo-terceiro, as férias e outras regras
trabalhistas, o fim da escala 6x1 acontecerá mais por força do mercado do que
pela lei.
A
mudança é impulsionada por uma confluência de fatores:
Pressão de Mercado: Com
a tendência de queda no desemprego, o poder de barganha do trabalhador aumenta.
Empresas que oferecem melhores condições de trabalho terão vantagem na atração
e retenção de talentos.
Mudança Geracional e de Consciência: A Geração
Z e trabalhadores mais conscientes valorizam o equilíbrio entre vida pessoal e
profissional (work-life balance). A
ideia de "viver para trabalhar" perdeu força.
Valorização do Bem-Estar: Salários
deixaram de ser o único diferencial. Fatores como qualidade de vida, ambiente
de trabalho e tempo para família/lazer e aprendizado são cruciais. Há uma nova
consciência de que é preciso investir não só em bens, mas no bem-estar de sua vida
pessoal e familiar o resultado do trabalho.
Benefícios à Empresa: Uma
equipe satisfeita é mais produtiva, inovadora e atende melhor ao cliente,
fatores decisivos para melhor performance, resultados e sustentabilidade do
negócio.
A
conjuntura social e econômica do país, a inovação, a tecnologia e as novas
relações de trabalho são tendências. As políticas de amparo social e
oportunidade na educação vem criando uma geração de trabalhadores mais cultos e
conscientes. Políticas diferenciadas serão armas poderosas na gestão de pessoas,
conquista e retenção de trabalhadores.
Há
uma nova consciência de que o trabalho é um meio e não um fim. As 24 horas do
dia precisam ser fatiadas com outros atores com mais relevância e importância.
Família, ócio, lazer, estudos, conhecimento e outros precisam ser contemplados
nessa jornada.
Só ser contra, não adianta. Prepare-se!

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