Cincopes

on 11 dezembro 2025

PLANEJAMENTO - SUA EXCELÊNCIA, O PROMPTEIRO

A difusão do uso de IA trouxe duas dificuldades que precisam ser sanadas pelas empresas no curto prazo. Habilidade para treinar o agente e expertise para criar prompts complexos e completos para tirar o melhor da ferramenta.

Esta nova função, que alguns estão chamando de Engenheiro de Prompt, eu, carinhosamente chamo, sem demérito, de prompteiro. Ela exige competências técnicas, humanas e culturais muito além de planilhas, cliques ou códigos.

Vá pra rua, leia, converse, pesquise, porque mais do que especialista em dados, o prompeteiro é multidisciplinar, um nexialista. Uma boa base cultural, leitura, entendimento de gramática, sintaxe e semântica, consumir cultura, conhecimento de técnicas básicas de interrogatório e uma boa base de conhecimentos gerais são fundamentais para uma interação inteligente ou você pode ser enrolado ou ludibriado pela IA.

Ele é um curador, não é porque a IA escreveu/fez que a m* vai feder menos.

IA tem boa autoestima e vergonha de não saber. Quando não sabe, mente ou mistifica procurando interagir com o usuário pra aprender, por isso, sua resposta sempre tem um viés alinhado com os conceitos e preconceitos do interlocutor.

Uma conversa que começa com uma pergunta e se torna um diálogo, exige múltiplos saberes e habilidades, porque, quanto melhor o interlocutor, melhor será a resposta. A falta de repertório vai fazer o resultado ser genérico, sem personalidade e pouco autoral.

Você pode precisar de uma imagem e ser o melhor design da agência, mas se não souber pedir, terá um desenho tosco.

Você pode ser um craque em redação, mas se não souber argumentar, terá um texto raso.

IA é apenas um co-piloto no processo, ajuda os criativos a darem vida às suas ideias e facilita aqueles com limitações em escrita e desenho a ousar. Você diz aonde quer ir e ela lhe mostra o melhor caminho ou o destino.

IA é um aglomerado de algoritmos reativos, sem contexto, senso critico ou ética, obrigando a empresa a tomar cuidados essenciais como governança, segurança e curadoria com a IA e treinamento e um código de conduta e ética à equipe.

A impossibilidade de uma equalização tecnológica dos funcionários fará necessário qualquer empresa ter um profissional que entenda os processos, conheça os departamentos, converse com líderes e use a IA para preencher vazios e superar limitações.

O uso de agentes de IA especializados, como analítica e preditiva, demanda a curadoria de profissionais com expertise e domínios específicos.

O prompteiro deve ser um ativo atento e replicador de conhecimento, buscar a qualificação contínua para não passar de engenheiro de prompt a montador de templates.

Não custa alertar, também, quanto ao aspecto jurídico. O uso de IAs públicas e gratuitas põem em risco a privacidade e segurança de dados críticos da empresa. Monitore como seus funcionários estão usando IA para não correr risco de infringir a LGPD e conseguir uma grande dor de cabeça.

Antes de sair usando qualquer ferramenta, busque uma consultoria especializada para entender sua real necessidade e, se for o caso, desenvolver sua própria IA com infraestrutura segura, backup e redundância.