A difusão do uso de IA trouxe duas dificuldades que precisam ser sanadas pelas
empresas no curto prazo. Habilidade para treinar o agente e expertise para
criar prompts complexos e completos para tirar o melhor da ferramenta.
Esta nova função, que alguns estão chamando de Engenheiro de Prompt, eu,
carinhosamente chamo, sem demérito, de prompteiro.
Ela exige competências técnicas, humanas e culturais muito além de planilhas,
cliques ou códigos.
Vá pra rua, leia, converse, pesquise, porque mais do que especialista em dados,
o prompeteiro é multidisciplinar, um nexialista. Uma boa base cultural, leitura,
entendimento de gramática, sintaxe e semântica, consumir cultura, conhecimento
de técnicas básicas de interrogatório e uma boa base de conhecimentos gerais são
fundamentais para uma interação inteligente ou você pode ser enrolado ou
ludibriado pela IA.
Ele é um curador, não é porque a IA escreveu/fez que a m* vai feder menos.
IA tem boa autoestima e vergonha de não saber. Quando não sabe, mente ou
mistifica procurando interagir com o usuário pra aprender, por isso, sua
resposta sempre tem um viés alinhado com os conceitos e preconceitos do
interlocutor.
Uma conversa que começa com uma pergunta e se torna um diálogo, exige múltiplos
saberes e habilidades, porque, quanto melhor o interlocutor, melhor será a
resposta. A falta de repertório vai fazer o resultado ser genérico, sem
personalidade e pouco autoral.
Você pode precisar de uma imagem e ser o melhor design da agência, mas se
não souber pedir, terá um desenho tosco.
Você pode ser um craque em redação, mas se não souber argumentar, terá um
texto raso.
IA é apenas um co-piloto no processo, ajuda os criativos a darem vida às
suas ideias e facilita aqueles com limitações em escrita e desenho a ousar.
Você diz aonde quer ir e ela lhe mostra o melhor caminho ou o destino.
IA é um aglomerado de algoritmos reativos, sem contexto, senso critico ou
ética, obrigando a empresa a tomar cuidados essenciais como governança,
segurança e curadoria com a IA e treinamento e um código de conduta e ética à
equipe.
A impossibilidade de uma equalização tecnológica dos funcionários fará
necessário qualquer empresa ter um profissional que entenda os processos,
conheça os departamentos, converse com líderes e use a IA para preencher vazios
e superar limitações.
O uso de agentes de IA especializados, como analítica e preditiva,
demanda a curadoria de profissionais com expertise e domínios específicos.
O prompteiro deve ser um ativo atento e replicador de conhecimento,
buscar a qualificação contínua para não passar de engenheiro de prompt a montador
de templates.
Não custa alertar, também, quanto ao aspecto jurídico. O uso de IAs
públicas e gratuitas põem em risco a privacidade e segurança de dados críticos
da empresa. Monitore como seus funcionários estão usando IA para não correr
risco de infringir a LGPD e conseguir uma grande dor de cabeça.
Antes de sair usando qualquer ferramenta, busque uma consultoria especializada para entender sua real necessidade e, se for o caso, desenvolver sua própria IA com infraestrutura segura, backup e redundância.

Emoticon Emoticon