Foco aberto, visão
sistêmica, criativo e inteligência fluida
Há uma grita geral para que postos-chaves
de governos, em todos os níveis, sejam ocupados por técnicos ou especialistas, mas
é um discurso simplista, de quem desconhece as nuances e tecnicalidades de
gestão, tanto pública quanto privada.
Assim como o CEO de uma grande
corporação, presidentes, governadores, ministros, secretários devem ser
nexialistas, um indivíduo capaz de integrar conhecimentos de diferentes áreas
para resolver problemas complexos e propor soluções inovadoras.
O nexialista é, por natureza, um curioso, criativo e questionador, capaz
de coordenar e alinhar interesses, gerenciar egos e conhecimentos e dar ordem e
sentido a diferentes assuntos, encontrando nexos e pontos em comum.
Um problema na área da saúde ou na produção não envolve só o setor, assim
como na educação, comercial ou qualquer outro setor responsável por definir normas
e regras. Além da visão política e estratégica, essas questões envolvem
economia, sociologia, direito, relações interdepartamentais e interesses que
devem ser acomodados para o sucesso da iniciativa.
O político e o CEO, mesmo oriundos de um segmento específico, precisam
cercar-se de profissionais que auxiliem no filtro das informações e na obtenção
de subsídios porque sua responsabilidade abrange diversos setores.
Um nexialista é um pensador crítico, se apropria dos dados, rejeita respostas
superficiais e tem boa capacidade de analisar informações complexas.
Desenvolver essas habilidades faz o CEO e o político serem capazes de conectar
informações de diferentes áreas e entender qual será o impacto de seus projetos
e decisões em vários setores. Nunca é só a escola, as vendas, o posto de saúde
ou a logística, há milhares de influências antes, repercussões durante e grandes
impactos depois.
No caso específico do político, para definir seu posicionamento, deve se
apresentar como diferente, sem ser comum ou ter fórmulas prontas. Precisa ser
criativo ao apresentar soluções simples para problemas complexos de uma nova
sociedade.
É difícil encontrar essas habilidades em um político. Sua limitação está
em seu ego e na dificuldade em lidar com questões complexas que exigem uma
visão mais ampla e integrada. Os interesses pessoais, grupos de pressão e
ideologia dificultam uma abordagem nexialista.
Para ter seu espaço na mente do eleitor, ele deve superar seu ego e se
rodear de consultorias, expertises e especialistas que facilitem seu caminho.
Sua visão estratégica é de acordo com o mandato e seu erro é um ônus pessoal e
intransferível.
O CEO tem uma visão estratégica de mercado de longo prazo, tem que
satisfazer stakeholders e tomar decisões com agilidade e segurança. Seu erro
impacta o todo.
O CEO é pressionado a ter uma atitude nexialista. O político é reticente
em compartilhar poder. Grandes nomes da
política eram nexialistas em sua essência e tiveram carreiras de sucesso,
marcando seus nomes na história.
Os políticos de tiquitoqui diminuíram
a política e imbecilizaram o eleitor com cortes e monetização.
É hora do eleitor praticar o voto
consciente e pensar seu voto como solução política para os problemas da
sociedade, porque o país exige um comprometimento real, do político e do
eleitor.
Precisamos reviver a era da
experiência, do conhecimento e do espírito público laico na política.
As empresas aprenderam a fazer política melhor que os políticos.

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