“É difícil libertar um tolo das amarras que ele venera", Voltaire
O
presidente está em silêncio desde a derrota. Ninguém consegue imaginar o que
ele está pensando ou tramando.
Tem
que recuperar o ego. É o primeiro presidente que não consegue se reeleger,
mesmo sendo o ocupante do cargo que mais usou
e abusou do dinheiro e da máquina pública na história.
Está
no PL, mas por quanto tempo manterão a fidelidade?
O
capitão é personalista, egocêntrico, sem fé, sem ideologia e instável
emocionalmente, já perambulou por mais de dez partidos em sua trajetória
política.
O PL é um partido confiável? Valdemar da Costa Neto é de confiança? Sua bancada é fisiológica e em breve o afastamento dos cofres públicos vai doer. Quantos permanecerão fiéis ao capitão? Quanto tempo o PL resistirá longe do Centrão e do caixa?
Um
político sem discurso organizado, sem estrutura partidária coesa e sem palanque
precisa criar sua própria realidade para arregimentar militância. É o caso do
capitão.
Com
todo o poder, espaço e recursos como presidente da República, por quatro anos
tentou, inutilmente, fundar um
partido para chamar de seu. Conseguirá sem poder e sem recursos? Seu único
discurso é propagar o medo de fantasmas.
Outra
pedra no sapato são os processos contra
ele e seus filhos que estão parados na PGR. E outros iniciarão assim que o TCU
e o novo governo assumirem e tiverem o acesso aos dados políticos,
administrativos e econômicos verdadeiros. A PF e a PGR serão desaparelhadas
para que os processos andem. Quantos processos serão abertos? E os sigilos
guardam o quê?
Além
disso, outros personagens vão surgir para tentar catalisar o discurso da
direita, com muito mais cacife e traquejo político que o capitão.
Romeu Zema,
governador reeleito de Minas Gerais, pode dar um salto nacional e não morre de
amores pelo capitão. É a chance do Novo ter protagonismo numa campanha eleitoral.
Tarcísio de Freitas terá
São Paulo e os capitães da indústria brasileira na mão e só se agarrou ao
capitão pra demarcar sua diferença para Haddad. Eleito, até onde irá sua
fidelidade?
Simone Tebet
também está no jogo. Vai se manter fiel à Lula pelo reconhecimento que ele
dedicou a ela. Pode dominar o MDB e isolar a ala fisiológica e bolsonarista com
o apoio do novo governo.
Eduardo Leite, governador
do Rio Grande do Sul, pode voltar a ter arroubos nacionais e unir MDB e PSDB.
Tem discurso, mas lhe falta uma assessoria que ajude a desenhar essa
trajetória.
Geraldo Alckmin,
vice-presidente eleito, tem a grande chance de finalmente ser presidente. Se
mostra um grande subcomandante, leal e com competência política, podendo cair
nas graças de Lula para ser ungido ao posto de seu sucessor. Resta ao PT
entender que Lula não foi escada para o partido voltar ao poder, mas foi o
artífice de uma grande frente ampla
para a retomada política e econômica do país com paz social.
A
exceção de Alckmin, os outros tê, menos de 60 anos e podem criar uma sinergia
política e eleitoral de médio prazo para construir um caminho que una o centro
e a direita.
A
bancada bolsonarista raiz será isolada pelos seus companheiros de Congresso.
Terão dificuldades para iniciativas políticas, pouco acesso a recursos e serão discriminados
nas comissões. Teremos vários “bolsonaros” perdidos no plenário, histriônicos,
fanfarrões, presunçosos, petulantes e arrogantes, um time de bufões
exibicionistas em busca das lentes.
Quatro
anos é um longo tempo, mas muito curto para quem tem somente discurso.
Foi uma campanha com os últimos espécimes de uma geração ideológica. A marca do século XXI na sociedade, na economia e nos negócios vai chegar à política. Vem aí a geração da cooperação.
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