“A multidão que não se reduz à unidade é confusão; a unidade que não depende da multidão é tirania”, Blaise Pascal.
Temos uma
elite misógina, preconceituosa, racista e economicamente discriminatória que
trata o Brasil como se fosse sua propriedade exclusiva.
A discriminação política e econômica
evita que façam o que sabem que tem que ser feito, se recusam a agir.
Favela
é um território que se une para poder sobreviver e enfrentar o preconceito, a
discriminação e a violência. É zona de cultura
e arte, área de vida, onde livros
devem substituir as armas.
Uma visão diametralmente oposta aos de fora que vêm a comunidade como área marginal apesar de não serem diferentes de seus similares em outros países como o Harlem Oriental (NY), Westminster (Londres), Seine-Saint-Denis (Paris), Chelas (Lisboa) ou Puente de Vallecas (Madri).
Nelas vivem delinquentes como em qualquer comunidade, apenas o tratamento a esses é diferenciado. O que está em pauta no STF com a possível revogação da prisão especial para criminosos com nível superior é um pequeno passo. Diploma deve ser agravante, não atenuante, assim como o exercício de cargo público, eleito, indicado ou concursado.
A
violência não nasceu na periferia, migrou levada das áreas urbanas onde se
concentram o poder econômico e o consumo de drogas. São comunidades onde os problemas se repetem ad eternum e, quem pode nada faz. A
omissão consolida o crime e mantém o
ciclo vicioso. Abandono, crime,
violência, morte e mais abandono... perpetuando o ciclo.
Esse olhar
diferente faz as pessoas em vulnerabilidade
social se sentirem inimigas da sociedade, outsiders, marginais no pior
sentido da palavra.
Muitos movimentos sociais na periferia são apoiados ou financiados por
quem consegue superar essa
discriminação e mantém o inconformismo, sempre com um olhar especial por
aqueles que permanecem em situação de vulnerabilidade social. Dão a oportunidade negada pelo estado.
Emociona
ver o orgulho com que Richarlison, Rebecca, Anita, MV
Bill, Cafu e outros se referem e atuam em suas comunidades de
origem. Alguns dizem que não são politizados, apenas se preocupam com as
pessoas. Ser politizado é isso, ter
um olhar atento às questões sociais,
cuidar das pessoas.
O
entendimento da realidade de violência,
preconceito e exclusão social dos marginalizados
e marginais é o desafio para gerar
propostas de intervenções políticas e
sociais inclusivas.
O
crime é problema de segurança pública.
A violência é responsabilidade da sociedade.
A exclusão social é uma luta de cada um, o compromisso social de todos.
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