Cincopes

on 30 novembro 2022

PROSA - LIBEROU GERAL

“A discriminação e o preconceito são o último estágio da ignorância”, Jane Fernanda Nogueira.

Bolsonaro não ensinou a rebeldia inconsequente. Ou a misoginia canalha. Ou o preconceito vergonhoso. Ou o racismo infame. Ou o patriotismo de almanaque.

Ele apenas deu UM motivo para que os demônios que viviam dominados pela civilidade dentro de cada um viessem à luz.

Antipetismo, essa é a palavra mágica que liberou geral, permitindo que pessoas "de bem" extravasem suas frustrações.

Os “patriotas” são cidadãos frustrados por problemas pessoais ou com dissonância cognitiva. A eles, falta empatia e solidariedade para aceitar que outras pessoas também têm direito ao mesmo espaço e às mesmas oportunidades.

Mulheres que criticam o "mimimi" da violência e do assédio denunciado por outras mulheres, apenas expõem sua discriminação. Se é pobre ou preta, "algo fez, só tá se fazendo de vítima".

Os humildes que tiveram mobilidade social, se acham no topo, absorvem ideias e pensamentos da elite. Acham que seu sucesso se deve exclusivamente aos seus esforços, esquecendo que vivem numa sociedade, dependeram de outras pessoas e aproveitaram oportunidades.

E há os que apenas tem má fé.

Proporcionar “oportunidade" é uma obrigação do Estado social e justo, porque a vida não é justa com todos.

E ainda há os hipócritas paradoxais que se dizem democratas e gritam por golpe de estado, a volta à ditadura, como forma de frear o avanço de estratos sociais periféricos sobre áreas por elas dominadas como a política, a identidade nacional e o mercado de trabalho.

Precisamos de mais pessoas do bem e menos pessoas de bem.