A história ainda vai contar o papel de cada um neste plano urdido pelos traidores da Pátria.
O mais conhecido, por enquanto, é o de Braga Neto.
Sua
participação ostensiva começou com a intervenção no Rio de Janeiro, onde foi
leniente e preparou o terreno para a profissionalização das milícias, sonho do
capitão de ter seu próprio exército. Completariam a tropa, o armamento e a
adesão dos milhares de CACs espalhados pelo país, baseado na doutrina de
insurgência e resistência, que teriam um papel fundamental na perpetração do
golpe, em caso de derrota eleitoral, em 2022.
Nem
vou falar dos desvios de verbas, contratos suspeitos e, no mínimo, sua omissão
no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu funcionário,
Anderson Gomes.
Continuou
no Planalto, como Chefe da Casa Civil, onde foi o idealizador, articulador e
negociador que entregou o poder e o orçamento para Artur Lira em troca de paz
ao presidente, ameaçado de impeachment por denúncias de crimes contra a saúde
pública, prevaricação, emprego irregular de verba pública, crime de
responsabilidade, incitação ao crime e crime contra a humanidade. Essa
negociação desestabilizou o equilíbrio entre os poderes e deu espaço para que o
dinheiro distorcesse a representação política em todos os cantos do país.
Ainda
é desconhecida sua participação nos atos do 8 de janeiro, mas suas
manifestações públicas na época, indicam que sabia das articulações.
O
caso da bomba no aeroporto, apreensão de explosivos e armas protegidas pelos
muros dos quarteis, os invasores liderados por mascarados com luvas, a
organização militar dos movimentos para invasão e dentro dos prédios, a
indecisão dos comandantes das tropas do Exército de sufocar a horda com ações
conhecidas por qualquer recruta (nunca vou esquecer a vergonha que senti ao
ver um subalterno PM repreendendo um comandante de batalhão do EB), o roubo
de armas e documentos do GSI, a insubordinação e afronta a ordem pública ao
proteger os desordeiros da força policial pública mostram que houve
participação de profissionais na mobilização, logística e treinamento dos “patriotas”.
E,
finalmente, não foi o mentor, mas o líder operacional do plano golpista que
tramou a morte do presidente e vice-presidente eleitos e de um ministro do STF.
O
Exército precisa reagir e enquadrar a ativa e a reserva, com cargo público ou
não, porque o dano causado é mais uma mancha indelével em sua história que a
Instituição e seu bons combatentes não merecem.
Tem
muito caroço embaixo desse angu e as investigações, pesquisas acadêmicas e o
distanciamento histórico trarão à luz a verdade dos acontecimentos e o papel de
cada um nessa página escura de nossa história.
Tenho pena dos herdeiros dessa turma. Eles já estarão sentados no colo do capeta, mas deixarão um legado de desonra e vergonha aos seus descendentes.
Punição a todos os envolvidos, porque o país não suporta mais uma anistia!
Emoticon Emoticon