Cincopes

on 26 fevereiro 2025

PUBLICIDADE - MARCA, IDENTIDADE E EGO

A marca e a identidade de uma empresa não podem ser confundidas com os propósitos pessoais do dono ou principal acionista.

Os problemas do X e da Tesla tendem a crescer conforme Elon Musk aumenta sua exposição polêmica.

Canadá e muitos países da Europa, principalmente França, Alemanha e Inglaterra, veem surgir movimentos organizados contra o empresário.

Suas atitudes, conceitos e sua atuação ostensiva na defesa da extrema-direita e de movimentos nazistas e fascistas nos recentes processos eleitorais nos países da Europa, criaram um consenso da necessidade de reação organizada.

Duas de suas principais empresas enfrentam dilemas.

A Tesla é o principal alvo de seus inimigos, enfrentando um grave problema de rejeição na comparação com produtos chineses. Os made in China já são mais tecnológicos e mais baratos e acrescer uma antipatia transferida da persona Elon Musk é um risco desnecessário.

O X se ajustou à legislação regulatória da autoridade europeia. As regras que cobram responsabilidade das plataformas acabaram limitando o potencial de faturamento da empresa, o que tornou sua atuação insignificante nesses mercados.

Por mais que essas empresas estejam em segmentos que prezam a democracia e a consciência ambiental, expressos em seus propósitos, não há um alinhamento entre a imagem projetada e a percebida, abalando dois pilares fundamentais na gestão de marca, credibilidade e consistência. Propósitos não podem ser apenas um quadro na parede.

Apesar do crescimento do extremismo, hoje, Tesla e X representam o pior no pensamento médio da população mundial e disputar mercado com essa sombra afugenta investidores e compradores.

Quanto tempo os acionistas manterão o silêncio e o apoio às atitudes de Elon Musk? Qual seu fôlego financeiro para sustentar seu ego?

Nenhuma marca é tão grande que não possa quebrar.

Vivemos um momento particularmente sensível em todo o mundo, com uma orquestração mundial de forças reacionárias e fundamentalistas. Baseadas na fé cega e no controle de mentes, política e religião se uniram para controlar as pessoas. São normas de como se comportar, como proceder, no que acreditar, numa tentativa de fazer do mundo um grande acampamento com uma só fé e uma só ideologia. O sonho de uma teonomia totalitária fundamentalista cristã, uma grande Gileade.

Óbvio que não vai funcionar, mas fará o mundo sangrar até a derrota desse pensamento autoritário, antissocial e ditatorial.

No final, restará dor para a maioria e fortunas para os espertos.