“Meu maior erro de todos os tempos foi a
má administração com que me envolvi” - Bill Gates
Empreendedor e
empresário podem parecer a mesma coisa, mas esse “parecer“ põe em risco o
futuro de empresas e grandes ideias.
A diferença está nos
horizontes, enquanto um cria, o outro perpetua. São papeis diferentes e se
complementam, geralmente em pessoas diferentes.
O EMPREENDEDOR tem a capacidade de
identificar problemas e oportunidades, desenvolver soluções e investir recursos
na criação de um produto ou serviço. Em resumo, vê oportunidades e gera riqueza
com ideias e nem sempre é o dono do negócio.
O EMPRESÁRIO foi obrigado a evoluir.
Outrora fechado numa sala ditando ordens e cobrando metas, hoje ele resolve
problemas, tem controle financeiro, gerencia recursos, tem alta capacidade de
adaptação, flexibilidade às mudanças de cenário, conhece técnicas de
administração, pratica gestão de pessoas e é um líder. Em resumo, faz crescer,
amadurecer e prosperar o negócio.
Pouquíssimas
pessoas conseguem ser os dois ao mesmo tempo.
Bill Gates, por exemplo, entendeu e saiu a tempo de salvar a Microsoft. Em
1998, em plena crise com o governo americano, abandonou a presidência; em 2000 começou
a reduzir sua participação acionária; em 2008, saiu do colegiado de diretores;
em 2014, se tornou apenas conselheiro e deixou de ser o maior acionista; e em
2020, abandonou completamente a empresa, se dedicando à filantropia e à
mentoria de executivos da empresa. Há 20 anos está fora do dia a dia da Microsoft
e ninguém nota. Desde que saiu, a empresa teve um crescimento vertiginoso.
No documentário Código Bill Gates, ele explica como era péssimo em trabalhar em equipe, difícil seu relacionamento com pessoas e de como seu estilo colocou em risco a empresa e sua vida pessoal. O relato é confirmado por sua esposa e colegas. Para evitar esses conflitos, na Fundação Melissa e Bill Gates, ambos tem participação acionária idêntica, com o mesmo poder de decisão, ele, empreendedor e ela, empresária, e uma CEO.
Empreendedores tendem
a ser empresários medíocres por não entender que as funções exigem competências
diferentes e específicas.
Empreendedores têm
iniciativa, uma ousadia acima da média, facilidade de comunicação, assumem
riscos, estudam muito e são bons na área comercial. Estão sempre criando
novidades e vendo como aprimorar um produto ou serviço. Eles são emocionalmente
instáveis, apressados, não sabem ouvir e custam a ver o fracasso, mesmo ele
batendo à sua porta. Geralmente, sua visão de negócio tem o tamanho do seu
sonho e não o seu real potencial. Sua autoconfiança beira a arrogância.
Empresários são
organizados, detalhistas, entendem números e previsões, bons gestores de
pessoas, trabalham em grupo e acreditam no coletivismo. Sabem o lugar de cada
profissional para poder extrair o máximo de suas competências. Veem o mundo como
área de pesquisa e fonte de dados que levem à expansão permanente do negócio.
Muitas empresas
são salvas pelo perfil dos sócios, um empreendedor e outro empresário. É uma
relação conflitante, mas se bem ajustada, tem tudo para dar certo. Se não funciona,
é preciso contratar um executivo.
Resolver
problemas em momentos de crise ou típicos de uma empresa que cresce muito
rápido exige uma experiência que leva algum tempo para ser adquirida, um tempo
que muitas vezes a empresa não tem.
Empresas nascem
para fazer história, perpetuar marcas e realizar sonhos dos colaboradores,
fornecedores, clientes, acionistas e investidores.
Conseguir a conexão entre empreendedor e empresário faz a empresa cumprir seu papel e trilhar seu caminho rumo ao sucesso.
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