Cincopes

on 14 dezembro 2022

PLANEJAMENTO - GERAÇÃO Z, O DESAFIO

 Uma geração conectada, mas difícil de manter a conexão.

Seu relacionamento com a Geração Z pode começar com perguntas como o que eles querem, quais suas necessidades. Encaminhar um diálogo proveitoso que diminua a possibilidade de frustração.

Um dia, os jovens discutiram qual seria o trabalho dos seus sonhos. Hoje, muitos nem sonham com isso. A Geração Z trouxe um novo conjunto de prioridades, entre elas a flexibilidade e a diversidade. Buscam propósito, um lugar onde possam ser criativos e ser referência na sua área, fazer a diferença, ter flexibilidade e participar de projetos significativos.

Sua crença numa nova forma de relações do trabalho foi fortalecida com a pandemia, o primeiro grande choque em suas vidas. Os traumas e incertezas que foram obrigados a passar trouxeram inquietações e dúvidas. Querem mudar, mas ainda não entendem como.

Sua única certeza é não fazer carreira em empresas, ficar muito tempo sob a mesma marca.

Se engana quem acha que preferem o home office. A pandemia criou uma necessidade de convivência para eles, mas sem rotinas, limites e cobranças. Preferem o sistema híbrido e são adeptos do quiet quitting (fazer somente o acordado) e do acting your wage (esforço proporcional ao salário).

Em busca de um ambiente corporativo que os acolha, fizeram os hunters mudarem o foco e as empresas precisam mostrar que atendem suas expectativas. A escolha final passou a ser deles e buscam tratamento justo de todos os funcionários, qualidade de vida e flexibilidade, além de responsabilidade social corporativa, segundo pesquisa da Career Interest Survey 2022 (Career Motivations of Generation Z).

Sua presença está fortalecendo o ambiente de trabalho multigeracional com influências e trocas que reforçam a relevância do equilíbrio entre a rotina no trabalho e na vida pessoal.

As empresas brasileiras estão se obrigando a sair de sua zona de conforto, mudando o modelo de liderança top-down e repensando as formas de atrair e manter talentos. Segundo o Ministério do Trabalho brasileiro, a Geração Z troca de emprego a cada três meses. Nos EUA, esse prazo é de dois anos, mas no final do primeiro ano o jovem já está em busca de outra colocação.

A vida vem acelerando as pessoas. Saímos dos filmes com longos planos (anos 50-60) para as novelas com troca de cenas rápidas (anos 70-80), passando pelo vídeo clipe com ritmo alucinante (anos 90-2000) até a geração digital/tiktoker atual, que não consegue ver um vídeo com mais de dois minutos.

Parecem não ter vínculos, mas é um engano. Eles têm fortes vínculos com sua comunidade, mas conexão efêmera com tudo que não consideram importante, inclusive o trabalho.

Saber ouvir suas necessidades, até pessoais, pode definir o que é um GPTW que atraia e retenha talentos.