Ser pai é exercer a paternidade.
Ninguém é pai sem antes ser filho.
Com nossos pais aprendemos a ter filhos, construir vidas, formar pessoas,
amar incondicionalmente.
Com nossos filhos, aprendemos a ser pais.
O ser humano tem consciência de sua finitude e de sua impotência quanto a
ela, mas isso não o impede de fazer planos para 5, 10, 30, 50 anos. Esse
paradoxo se sustenta na esperança de longa vida e no horizonte representado por
nossos filhos, porque ser pai é impactar o mundo por gerações. Na descendência
está nosso infinito e acho que este é o grande segredo da vida.
Essa dualidade, finito e infinito, nos faz perder a capacidade de curtir
o momento, de nos realizarmos várias vezes em nossa vida.
Planejar o futuro não é errado. O erro está em não viver o presente e
deixar um futuro incerto dirigir nossa vida.
Nossos filhos não viverão a nossa vida e nós não podemos e não
devemos fazer a deles. Sejamos como a China, onde as praças são construídas sem
os caminhos. Eles são desbravados e consolidados pelo andar das pessoas. Assim
são nossos filhos, lhes entregamos o parque, mas eles farão seu próprio caminho.
Ao invés de fazer suas vidas felizes, faça-a rica, cheia de opções
e oportunidades, para que eles mesmos construam com sabedoria a sua felicidade
de acordo com o seu tempo.
Não sei se consegui atender o desejo de meu pai, mas tento a todo momento
ser um pai e avô melhor do que fui como filho.
Viva com fé numa vida longa, mas não esqueça de curtir intensamente cada
conquista, cada vitória, entre abraços, beijos e carinhos, porque dois abraços
hoje não compensam o abraço perdido de ontem.
Vivam, meus netos!
Obrigado, meus filhos!
A benção, meu pai!
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