A pressão cotidiana, o envolvimento permanente e a disponibilidade como regra estão criando uma síndrome mundial de ansiedade crônica.
Para fugir do stress e burnout, mitigar o problema e cuidar da saúde física e mental surgiu um novo segmento na economia que movimenta mais de US$ 10 trilhões anualmente e que deve chegar a U$ 14 trilhões, em 2029.
A Economia do Escapismo é o montante
investido pelas pessoas para fugirem da realidade ou quebrarem radical
mente sua rotina. Originalmente, escapismo é a fuga
dos problemas usando fantasias, abstração e até a arte de “criar problemas para
fugir de problemas”. A pressão do mundo moderno ampliou sua prática e transformou
a necessidade de fugir da realidade numa nova economia criativa.
O segmento é amplo e inclui desde viagens até
compras on line. Dividido
em várias oportunidades de negócios, nele estão incluídos viagens e
turismo (U$3,2 tri), álcool (US 1,2 tri), artigos de luxo (US 460 bi), cassinos
físicos e virtuais (US 372 bi), saúde e bem-estar (US 220 bi), games (US 106 bi),
beleza (US 66 bi) e parques temáticos (US 50 bi).
O mercado está com tendência de crescimento pela
falta de sinais de mudança no estilo de vida imposto, apesar dos movimentos
propondo mais atenção à saúde física e mental.
O estudo da McCann Group, de onde os dados foram
extraídos, mostra que há uma grande parcela de público que deseja ou pratica
escapismo. Enquanto 86% das pessoas no mundo veem distrações como forma saudável
de lidar com estresse, esse percentual chega a 90%, no Brasil.
Várias formas de escapismo são praticadas, desde o
simples afastamento das redes e da eletrônica até o isolamento
familiar. No Brasil, 49% usam meditação, 82% se afastam de aparelhos em
casa e 27% usam filmes para relaxar. Esses números mostram como o
entretenimento em casa tem se consolidado como forma diária de escapismo.
No ambiente corporativo, oferecer formas de
escapismo se tornou diferencial na caça aos talentos. A pesquisa mostra que 44%
das pessoas querem que as empresas entendam suas frustrações e 56% desejam que
elas forneçam sonhos.
Esse ambiente tóxico pressionando por comportamentos
alinhados aos padrões vigentes, fez várias empresas focarem no desenvolvimento
de soluções para o mercado como terapias do sono, detox digital, day
guesting (retiros), reinvenção psicodélica (uso de psicotrópicos em doses
mínimas) e fantasias (cosplay e ações
surpresas).
A prática se difundiu e deixou de ser
temporária, ocupando o dia-a-dia das pessoas. As férias foram fragmentadas,
os passeios de final de semana passaram a ser contemplativos ou aventureiros e
a dedicação de um tempo diário para autoestima ou saúde se tornou uma
constante na vida das pessoas.
O Escapismo se tornou um estado de espírito,
uma necessidade constante que reflete o contexto sociocultural em que vivemos.
Um olhar sobre como o consumidor lida com o
estresse contemporâneo e as formas que busca para seus momentos de desconexão
criam oportunidades para marcas de todos os setores – de tecnologia a
alimentos.
Se antene, porque qualquer produto ou segmento pode gerar esses sonhos e ganhar a parceria de clientes felizes.
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