Em todo o mundo,
imposto de renda e salário são políticas de diminuição das desigualdades e
distribuição de renda.
O imposto é direcionado a resolver problemas da sociedade ou você será um super-rico sem paz, cercado por crime, violência, miséria, doenças e sem políticas públicas de saúde, escolas, infraestrutura básica ou mão de obra e mercado para poder dizer que vive em uma civilização.
Os estadunidenses vivem esse problema e estão preocupados com seu futuro. Cortar as verbas das universidades e cercear o acesso de estrangeiros agravará um problema que já é latente, o emburrecimento da cultura e da ciência do país.
Como não há Pró-Uni
ou Enem e poucas universidade públicas ou comunitárias, os alunos estrangeiros
pagam caro para estudar em suas boas universidades, subsidiando as bolsas dos
nativos. Um estrangeiro com visto de residente ou estudante paga, no mínimo, o
dobro do que um estadunidense no High School, College ou universidade.
E por que as
universidades fizeram isso?
Antes, os
estrangeiros concluíam os cursos e ficavam no país. Hoje, os polos de inovação
saíram do país e se espalharam pelo mundo. A inteligência se moveu e os jovens
preferem voltar para casa, ficar próximos da família e ser parte do
desenvolvimento de seus país. Essa onda agravou a falta de pesquisadores,
professores e cérebros, atingindo fortemente o setor de pesquisa e patentes, uma
das maiores fontes de receita das universidades.
Sem o dinheiro do
governo e dos estrangeiros, a população norte-americana terá menos acesso ao
ensino superior, causando um grande impacto no mercado de trabalho, ciências,
arte, cultura, inovação e desenvolvimento social e econômico. Além do enorme déficit
previsto, mais de U$ 3tri, o Big Beautiful Bill causará um desarranjo social e
econômico.
Incrível como os
problemas têm se concentrado na letra B. Eles com o BBB deles e nós com o nosso
BBBB (boi, bíblia, bala e bets).
A elite não quer
pagar imposto, mas corre para o crédito subsidiado, juros equalizados, benefícios
e isenções tributárias, além de praticar a suspeita administração tributária,
remessas de recursos para paraísos fiscais e a sonegação acintosa. Sem falar nos
lobbies e a facilidade de acesso direto a governantes e órgãos fiscalizadores e
reguladores.
No hemisfério
norte, a agricultura é tão subsidiada quanto a brasileira, mas eles não têm
problema com abastecimento interno ou preços, porque a contrapartida para o
subsídio está em exportar apenas o excedente. Aqui, primeiro se exporta e o
mercado interno fica com a sobra com preço internacional.
Se a o governo
norte-americano mantiver a bolsotaxa, vamos ver isso na prática. Provavelmente,
o preço do café cairá no mercado interno por falta de mercado externo.
Por lá, bens de
consumo são baratos, mas serviços são caros. Esse é o motivo da prosperidade de
muitos estrangeiros. Cabelereiros, barbeiros, garçons, mecânicos e outros
profissionais autônomos recebem remuneração mais justa do que por aqui.
Perguntem aos inúmeros brasileiros trabalhando em home office para empresas em
outros países.
E não adianta
reclamar que temos falta de mão de obra. Se melhorar o salário e as condições
de trabalho, o profissional abandonará o uber ou o home office e voltará ao
trabalho formal. Um dia, veremos carpinteiros e prestadores de serviços
brasileiros com residências, ferramentas e utilitários semelhantes aos de seus
congêneres estadunidenses, como vemos em filmes.
Li recentemente que
os supermercados pediram socorro ao Exército para preencher vagas.
Provavelmente terão sucesso no curto prazo. O recruta dará baixa, aceitará a
vaga e em menos de três meses se recolocará com melhor salário e condições. Nem
na tropa tem escala 10x1.
Este é um problema
que a sociedade terá que resolver, porque aos parlamentos não interessa
afrontar seus financiadores. Aliás, todos recebem dinheiro privado para
financiar suas campanhas, mesmo com acesso aos bilhões dos fundos partidário e eleitoral.
Conquistado o voto
do crédulo financiador-cidadão, volta-se aos interesses do financiador-privado.
Após a eleição, o brasileiro
comum que pagou a campanha, é chamado a pagar benefícios e mamatas.
O Estado precisa
fazer justiça social porque a vida não é justa com todos.
E nem os parlamentos e alguns governos!
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