A alegria pelo resultado do julgamento não é pela punição de um adversário do país e inimigo do povo, mas é uma alegria que satisfaz nosso desejo de justiça e por ser uma decisão que pode acabar com uma fase de bom mocismo que faz o Brasil viver ciclos golpistas periodicamente, desde a Proclamação da República.
Foi um processo sem manipulação, sem conluios entre juízes e promotores, sem ações sensacionalistas, sem acusação de posse de bens não comprovadas nos autos, sem o uso do obscuro "domínio do fato" ou da "forte convicção". Pelo contrário, está embasada em provas contundentes, muitas assinadas, gravadas ou ditas de viva voz pelos réus.
Quando
fanáticos e extremistas mobilizam turbas com anarquia e barulho e governos de
qualquer matiz ou ideologia tentam concentrar o poder, defender a democracia é
a atitude corajosa necessária.
Autoritários
e autocratas nunca estão sozinhos e nem surgem de repente.
Eles avançam
entre a massa, aproveitam as fraquezas dos comuns e os interesses dos
poderosos.
O erro da
maioria é ceder, duvidar, acreditar que vai passar ou que pode controlá-los com
a força da lei. Ceder ou contemporizar é suicídio político e pode ser um risco
à democracia.
Estamos num
momento em que não podemos ficar admirando os fatos da janela ou na telinha, é
preciso se posicionar e defender nossas instituições.
A resistência
ao autoritarismo e aos admiradores do poder absoluto começa com cada um.
Cada pequena
renúncia mata um pouco da democracia, mas cada pequena ação a revigora.
Num momento
em que a democracia está em risco em El Salvador, Israel, EUA, Hungria e o
extremismo resiste na Alemanha, Espanha e Portugal, o mundo vê o Brasil como
exemplo de consolidação institucional e democracia.
Façamos jus à
essa admiração!
Meus filhos
já estão contaminados e envolvidos de um jeito ou de outro, mas o presente
exige que eu esteja atento, lutando pelo futuro de meus netos.
Quero que
eles tenham consciência de que são uma geração mais humana e despojada de
conceitos como religião, poder, medo, riqueza e preconceitos, armas nas mãos de
manipuladores.
Não quero a
paz opressora, quero o barulho da divergência, do debate e a harmonia da
liberdade.
O soldado da
paz não pode ser derrotado
Ainda que a
guerra pareça perdida
Pois quanto
mais se sacrifica a vida
Mais a vida e
o tempo são os seus aliados...
(Soldado da Paz, Paralamas do Sucesso)
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