CAMPANHAS PROPORCIONAIS
SUPERANDO O DESINTERESSE
É
fato que cerca de 90% do eleitorado não tem preferência nominal cerca de
seis meses antes da eleição proporcional, enquanto 50% já tem voto
preferencial (não cristalizado ou definitivo) para o executivo.
Durante
um ano eleitoral, este desinteresse gradualmente diminui em razão da campanha e
da cobertura da mídia, mas de forma muito distinta em relação a eleição ao
executivo.
O
eleitor precisa ter seu interesse provocado à eleição legislativa, porque ela é
menos atraente, comprovado pelo alto número de votos em branco ou na legenda. O
legislativo é um poder acessório e sua ação é coletiva. Além disso, há muitos
ganhadores, pois estão em disputa dezenas de cadeiras.
Nossa
cultura é paternalista e personaliza o executivo como o real líder, senhor do
bem e do mal e responsável pela solução dos “meus problemas”.
Os
últimos dias de campanha são importantes, porque os 90% sem candidato dos seis
meses que antecedem a eleição diminuíram para cerca de 65%, um percentual que
vai às urnas sem candidato definido à proporcional. Como se eleger com um
eleitorado tão desinteressado?
Há
três coisas imprescindíveis numa campanha eleitoral, dinheiro, organização
e participação do candidato.
Vontade
e dinheiro superam a falta de organização. Vontade e organização superam
a falta de dinheiro. Porém, dinheiro e organização não resolvem a ausência
do candidato.
Propaganda
Se
já é difícil votar em quem você conhece, imagina num desconhecido. Não basta
que seus amigos ou eleitores potenciais mais próximos saibam, mas é fundamental
chegar ao maior número de eleitores, reiterando esta informação de maneira
forte e insistente.
É
preciso criatividade, muito trabalho e agilidade, além de bom e farto material
de campanha - impressos claros e objetivos - e pessoal motivado e treinado.
A
campanha é uma corrente, sempre partindo de alguém que conhece alguém, que
conhece outro e fala com outro, gerando novos apoios e difusão pública. Muitos
candidatos acham que a internet pode dar a visibilidade necessária, mas sua
finalidade é específica.
A
internet tem o papel do microfone nos velhos comícios, fazendo mais gente ouvir
o que você tem a dizer, mas não é plataforma para captação de votos. O grande
cabo eleitoral é o candidato, através do contato pessoal, porque na
internet você é apenas mais um. Se você não fez um trabalho competente antes da
eleição - conteúdo político, participação comunitária, propostas
coerentes, não será durante a partida que você vai virar o jogo.
O
material e o discurso a ser transmitido pela corrente e no material gráfico
deve ter a "marca" de sua candidatura. Ela deve expressar a sua
pessoa e os seus projetos. A marca deve ter o poder de sintetizar tudo isto e
ser usada sempre, mesmo fora do período eleitoral.
Identidade
Crie
uma identidade que tenha nexo com sua vida pessoal e foco no interesse
público. Elas devem ser estratégicas, realizáveis e prioritárias
para o seu eleitor ou para a comunidade. Destaque para o número e foto,
atividades, posição política e temas importantes para o eleitorado que vota,
pode votar ou ser replicador de suas ideias.
Seja claro quanto as suas propostas, pois elas devem aproximá-lo do cidadão, ainda que não seja seu eleitor, de maneira que o convencimento ou persuasão seja possível. Não prometa o que está fora da esfera de competência do vereador.
Delimite sua área de atuação física e temática. Crie equipes enxutas e com grande mobilidade para atuar permanentemente, dando visibilidade e ocupando espaços. A ação presencial do candidato é crucial para potencializar a comunicação. Por mais competente que seja a equipe de panfletagem, o resultado de seu trabalho pode ser afetado pela ausência do candidato e pela ação da concorrência.
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