“Velhos com pressa, são uma coisa boa", James Galbraith.
O mundo precisa de velhos com pressa usando sua experiência e vontade de mudar a tempo de ver o resultado de sua revolução.
Diz um velho ditado que o "diabo sabe mais por velho, do que por diabo".
Talvez a grande mudança política no ano da maioridade do século XXI seja liderada por um velho.
O presidente norte-americano, Joe Biden, está fazendo uma revolução silenciosa e colocando os EUA de volta no papel de protagonista na geopolítica mundial.
O mundo não precisa mais de um xerife. Ele entendeu que armas e dinheiro não resolvem o problema do mundo no século da participação e do compartilhamento. É hora de dialogar e pensar o futuro que chega cada vez mais rápido, nas pessoas que movem a economia e usam a tecnologia, no débito que os mais ricos têm com a sociedade, na inclusão das populações periféricas e carentes, todos ocupando um ecossistema mundial único chamado Terra.
A sociedade convive com monopólios tecnológicos, hiperglobalização, reacionarismo político ameaçando as liberdades e a democracia, livre fluxo incontrolável e incontável de capitais, crises criadas e alimentadas on line por uma minoria barulhenta e acéfala, a internacionalização do crime e a derrubada de fronteiras físicas.
Em pouco mais de 100 dias, Biden empurrou seu país à frente, vacinou a população em velocidade impressionante, voltou à OMS, apresentou um plano trilionário para ajudar TODA a população norte-americana e outro, também trilionário, para resolver problemas do país que não aparecem nas produções roliudianas ou na grande imprensa - sua população invisível, centenas de milhares de famílias morando em carros, abrigos e hotéis pagos pelo governo, centenas de milhares de sem teto, problemas crônicos de infraestrutura, descaso com a educação, falta de acesso a saúde e um sistema político que não é mais representativo da nova sociedade étnica e cultural norte-americana.
Surpreendentemente, se manifestou publicamente sobre a condenação do policial que matou George Floyd, fez um mea culpa pelo genocídio armênio e anunciou ajuda à Índia no combate ao covid19. Ainda tem muitos outros pecados para purgar, mas é um começo.
A chamada a todos os líderes mundiais para participarem do debate sobre o clima e o meio ambiente foi seu primeiro passo na área internacional para colocar os norte-americanos de volta no jogo.
Para Biden, inflação, estagnação, recessão, depressão, déficit e outros termos similares são nomes diferentes para o mesmo raio paralisante que coloca em cheque a economia e a vida.
Não são ações com espectro ideológico de direita, centro ou esquerda, mas decisões e planos políticos pragmáticos para resolver o agora e encaminhar o futuro.
Se vai dar certo, ninguém sabe. Os céticos esperam, os otimistas creem. Melhorar é o que todos esperam.
Podem dizer o que quiserem dele, mas é uma raposa política com faro de oportunidade e pouco tempo de vida para ver o resultado de suas ações: ver os EUA, hoje anacrônico após o acidente Trump, recuperar o poder e colocar seu país no século XXI.
O medo, para esse senhor de 80 anos, não é uma opção.
Seus movimentos vão impactar seus principais aliados europeus, Reino Unido, Alemanha e França, e o Japão, além de fazer a Rússia e a China repensarem suas ações políticas externas.
Sua visão política é que a projeção de poder e paz externa fazem a paz interna.
Ele é bonzinho? Não, apenas um presidente fazendo política e agindo em defesa de seu país e de seu povo.
E não se iludam, fiquem atentos, porque ele lidera um império e se preciso for, aperta o botão vermelho.
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