Cincopes

on 15 abril 2021

PROSA - DO PASSO AO SALTO

Vamos direto a uma constatação: a cabeça das pessoas é o grande entrave para a evolução. Somos programados para sermos céticos quanto ao novo, ao disruptivo.

Isso nos leva a compreender nossa realidade atual: não tem nada de novo no mundo, só a cabeça das pessoas.

As pessoas mantinham seus hábitos, costumes, rotinas e o mundo progredia em passos normais.

O delivery estava aí, os apps de mobilidade, também, assim como o home office, as chamadas de vídeo, os canais de streaming, a telemedicina, o e-commerce, o teletrabalho e tantas outras ferramentas e oportunidades.

De repente, surgiu a pandemia e você não teve mais escolha, foi obrigado a aderir ao futuro.

O mundo acelerou e seus passos se transformaram em saltos.

As distâncias diminuíram, o efeito borboleta é quase imediato, os países se tornaram interdependentes e as nações mais integradas. As comunidades se tornaram virtuais, sem fronteiras e não são mais geracionais, são de propósito, causa e conteúdo. Seus membros são de várias idades, gêneros, etnias e multi-idiomas, mas falam a mesma língua.

O vovô não precisa mais da ajuda do neto para acessar o banco via computador, entender os botões do controle remoto da TV Smart, fazer compras on-line e descobriu um mundo de novidades e conhecimento na web. A vovó conversa pelo whats app, dá receitas no TikTok, posta dicas de estilo de vida no seu perfil e tem grupo de amigas no Telegram. E ambos têm opiniões e pontos de vista pra compartilhar na política, economia e cultura.

O isolamento e a dependência tecnológica equalizaram as diferenças geracionais no manuseio de equipamentos, apps e uso da tecnologia.

A experiência ganhou uma vitrine e o silver money se tornou mais importante para o caixa das empresas.

Para o bem e para o mal, estamos nos adaptando à nova realidade.

Aos poucos, as coisas terão uma nova realidade. As empresas entenderão uma verdade: você contrata habilidades e competências, não o colaborador. Diminuirão as reuniões on line, extremamente estressantes. As pessoas aprenderão a ser mais eficientes. O home office evoluirá para o anywhere office. O ambiente de trabalho será virtual e diverso em idade, gênero e etnia. Os profissionais terão mais canais e tempo para investirem em qualificação contínua. As pessoas aprenderão a viver.

Não adianta você pensar o futuro da sua empresa olhando para o presente. Quem observa o mundo o entende mais e pode juntar pedaços espalhados e apresentar uma ideia inovadora ou criar uma solução. O futuro é ontem!

A urbanização deve sofrer um profundo impacto. Nas pequenas e médias cidades surgirão condomínios com infraestrutura completa para abrigar famílias em busca de conforto e segurança; profissionais optarão por locais com qualidade de vida e não por proximidade do mercado de trabalho (working from anywhere); a mobilidade urbana vai ter que encontrar outras soluções que não o carro; a economia compartilhada e colaborativa vai expandir exponencialmente; os campi universitários diminuirão de tamanho e o maior espaço será destinado a parques tecnológicos e pesquisas; e todos os setores relacionados a isso – engenharia, postos de combustíveis, móveis e decoração, brinquedos lúdicos e educacionais, automobilístico, tecnologia, serviços, imobiliário etc – serão impactados fortemente.

Nunca a sigla FUTECH - Futuro, Tecnologia, Criatividade e Humanidade, foi tão real.

As empresas que entenderem esse futuro mais rápido, levarão vantagem na apresentação de soluções, conquista de mercados e captação do cliente. Com foco do cliente, a empresa foca na geração de valor e não vende, as pessoas compram.

As pessoas não apenas vivem mais, estão também rejuvenescendo mais. Isso vale para as empresas, atualização e inovação. Rejuvenesça com o mundo.