O futuro está no retrovisor
Avaliar cenários, ter visão de negócio
e projetar o futuro são exercícios de futurologia que precisam apenas de uma
coisa, o passado.
Lembrei disso ao assistir uma
entrevista com Abel Braga, treinador do Internacional no título Mundial, de
2006. Ele contou que definiu o esquema para enfrentar o imbatível e poderoso
Barcelona de Ronaldinho Gaúcho, Deco, Iniesta, Puyol e outros, após assistir
dezenas de partidas do adversário, dedicando mais tempo às derrotas. Na
partida, a equipe aproveitou ao máximo o conhecimento e cada um cumpriu seu
papel, mesmo violentando características pessoais.
Não olhar para o retrovisor é esquecer
ou menosprezar dados e experiências que podem tornar o futuro mais previsível,
seguro e vitorioso como o do Internacional.
A importância de tratar dados é uma
verdade atemporal e a tecnologia maximizou seu aproveitamento devido a
capacidade de armazenamento e processamento feito com rapidez vertiginosa, permitindo
agilidade e segurança na tomada de decisão.
O garimpo das informações é feito em
três ambientes – interno, externo e tendências.
INTERNO é
força de expressão já que envolve vários agentes importantes ao negócio. Seus
fornecedores, colaboradores, investidores e clientes tem informações valiosas e
sua equipe deve ser treinada para ouvir e organizar dados que devem estar
disponíveis aos formuladores de políticas e processos, desde o mais simples e tático até o mais complexo
e estratégico. Os dados do RELACIONAMENTO aprimoram a OPERAÇÃO que melhora o atendimento,
criando o chamado círculo virtuoso
do negócio.
Tratar as boas e más experiências
com o mesmo valor e importância evita que você caia na armadilha do autoengano, um erro comum na análise de
informações.
O EXTERNO
é ter o foco DO e NO cliente, política fundamental que
faz a diferença entre sucesso e desastre. O cliente é como é, não como você
imagina. Não há como desenhar o mercado ou impor mudanças, porque, seu produto
deve, obrigatoriamente, suprir a necessidade ou atender um desejo latente na
sociedade.
E seu produto faz parte do combo onde
também estão o peso da sua marca e sua história. Não basta a empresa dizer como
é, ela deve estar inserida socialmente, ter responsabilidades e atitudes que
mais que perceber, o cliente reconheça. Falhar nesse aspecto pode lhe dar ganhos
temporários, mas não uma longa jornada de sucesso.
TENDÊNCIAS é a
sua capacidade de ver o futuro, desenhar cenários possíveis através de um olhar
amplo e imparcial no mercado, concorrência e no mundo. Reuni na sigla PESTI (Político, Econômico, Social, Tecnologia e Inovação)
os cenários que devem ser monitorados e estudados.
Inovação não estava nessa sigla porque era
(é?) comum ser usada como sinônimo de tecnologia, mas a prática mostrou que nem
sempre se relacionam. INOVAÇÃO pode
ser um pensamento inovador, política disruptiva, nova prática gerencial ou uma
atitude que impacte o mundo.
Tendências influenciam seu jeito de ver
e planejar o Externo e o Interno.
Dados estatísticos, metas e objetivos
deixaram de ser gráficos em dashboards
e apresentações ppt e passaram a
atenuar riscos, contar histórias, revelar segredos, construir cases de sucesso,
criar novos negócios e valorizar diferenciais competitivos.
INTELIGÊNCIA
DE MERCADO é construída com o olhar no retrovisor, reunindo
as informações positivas, negativas e as inesperadas para criar uma base sólida
de conhecimento.
O passado é um grande professor.
2 comentários
Excelente artigo aqui em Campinas temos visto muitos negócios novos fechando precocemente por falta deste planejamento inteligente.
SAMUEL DE CAMPINAS
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