“Paz sem voz é medo”, O Rappa.
Defesa nacional e segurança pública são projetos
políticos estratégicos de estado e
não podem ser responsabilidade das FFAA e das polícias.
Ministro
da defesa e secretário de segurança devem ser civis para coordenarem os esforços da sociedade em todos os assuntos que se relacionam à defesa e
segurança como ciência, tecnologia, educação, economia, relações internacionais,
mobilização, esforço social e comunitário, logística e as regras legais de uma
política que atenda a sociedade na segurança
de seus interesses e nesse contexto, FFAA e polícias são instrumentos táticos.
Há
anos se discute uma política nacional
de segurança pública, mas sempre há forte resistência das polícias e de grupos
de pressão.
Por
atuarem nos efeitos, sua preocupação
maior não são as causas e, muitas
vezes, suas atitudes ou reações ajudam a violência a virar crime.
Violência é causa,
um problema que a sociedade deve resolver ou mitigar.
Crime é efeito,
um problema da polícia.
Defesa
nacional e segurança pública devem avaliar e projetar cenários, prevenir riscos, cuidar das causas e orientar e supervisionar as ações das FFAA e
polícias na prevenção e controle dos efeitos.
A
sociedade e a academia devem participar ativamente desse debate, formando
especialistas e discutindo profundamente os problemas sociais e políticos que
desaguam na violência e no crime.
Se
nos estados é difícil, quando não impossível,
coordenar polícias civil e militar, imagina entre 54 órgãos armados espalhados
pelo país com espírito autônomo, corporativo e independente? No Rio Grande do Sul, por exemplo, há quase uma
dezena de sindicatos e associações corporativas que agem politicamente junto ao
governo do estado na defesa dos policiais.
Política
e socialmente, elas têm dificuldades em alinhar os elementos da visada, definir o ponto de foco e, como não sabem se fecham o olho
esquerdo ou o direito, quase sempre fecham os dois.
É
um pessoal sem visão social e política
e a sua politização ideológica é um risco
à democracia por se tratarem de grupos armados com forte corporativismo.
A
sociedade precisa ser protagonista, empunhar
essa bandeira, tema fundamental ao
país, além de enquadrar o setor armado estatal, inibindo sonhos de poder de
possíveis aventureiros.
Não existe paz armada, apenas silêncio.
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