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on 18 outubro 2023

PLANEJAMENTO - MENTORIA NA PRÁTICA

A mentoria acontece naturalmente em relacionamentos interpessoais, numa convivência em que conhecimentos e experiências fluem entre pessoas estimulando o desenvolvimento pessoal e profissional mútuo.

Diferente do coaching, onde se busca a superação de limites pessoais, a mentoria foca em aprimorar potenciais e desenvolver pontos específicos em áreas críticas como gestão, negócios, relacionamento, administração financeira, comunicação, planejamento ou marketing pessoal, através de suporte emocional e profissional. O crescimento pessoal é uma consequência natural.


Numa empresa, ela pode ser institucionalizada dentro de um PDI ou plano desenvolvimento de lideranças. Nesse caso, as possibilidades de promoção, plano de carreira e mudanças internas devem ser públicas, motivando o colaborador e dando autonomia quanto a sua participação.

Outros fatores como qualidade de vida, aspirações pessoais, potencial criativo ou desempenho profissional devem ser avaliados pelo líder direto e pela gestão de RH, servindo como diferenciais e referências.

Sem omitir proximidade, confiança e constância, a mentoria usa a pedagogia ou a andragogia.

PEDAGOGIA

É a educação dirigida seguindo o princípio da autoridade projetada, com responsabilidade do mentor quanto ao conteúdo e análise do desempenho. A necessidade de saber é imposta ao aprendiz. Seu uso é tradicional com colaboradores novos ou inexperientes com consciência de que o conteúdo é necessário. A motivação é efetivação ou promoção. O mentor mostra a importância e vantagens do aprendizado e o avanço é paulatino, evitando resistência ou ressentimentos. A experiência pessoal tem menor importância porque, praticamente, tudo é novo ao mentorado.

ANDRAGOGIA

A andragogia usa o princípio da paridade, onde mentor e mentorado têm consciência da necessidade da mentoria e ambos são ativos no processo.

O mentorado reconhece a necessidade e utilidade do conhecimento em sua vida profissional e pessoal. É sua a decisão de aprender e focar energia no processo, mesmo motivado por PDI.

O experiente deve ser tratado e reconhecido por sua vivência e conhecimentos. A imposição de conteúdo sem que a necessidade prática se justifique pode gerar antipatia ao processo. O mentor avalia a experiência do mentorado e potencializa seu uso.

Em grupo, há diferentes metas, interesses, cultura e nível hierárquico, sendo preciso uma equalização para o avanço conjunto, geralmente usando estudos de casos, trabalhos em grupo, análises de dados, simulações ou workshops. Individualmente, o uso de entrevistas, trabalhos de pesquisa, imersões, análises de dados e cases de sucesso dão bons resultados.

É preciso desaprender para aprender, driblar mindsets, hábitos, conceitos e preconceitos. As tarefas devem ser avaliadas criteriosamente para não impactar, negativamente, a vida, compromissos e agendas pessoais e profissionais.

Um dos benefícios da mentoria é sair da zona de conforto com mais segurança e não se sentir só durante seu desenvolvimento. O mentor incentiva, abre espaço em sua mente para que ele descubra quem é e o que quer e, depois, o ajuda a transformar as descobertas em realidade.

Aos jovens, o aprendizado traz experiência. Aos vividos, a experiência melhora o aprendizado.