Cincopes

on 06 outubro 2023

POLÍTICA - SEGURANÇA E DEFESA

 O crime é muito mais organizado do que o Estado e suas forças de segurança, e a incompetência na gestão, ajudam o crime na formação de quadros e captação de novos soldados.

Os governadores são reféns das forças policiais que preferem morrer nas ruas a trabalhar em conjunto, com inteligência e menor risco de vida. Como na guerra, o confronto gera oportunidades e lucro.

SEGURANÇA e DEFESA são responsabilidades CIVIS, não das polícias ou FFAA, executores de uma política de defesa nacional e segurança pública definida pela sociedade.

Os políticos e a sociedade devem entender que segurança e defesa não envolvem apenas o aspecto tático de dissuasão e combate. É a organização da sociedade na defesa de seu modo de vida e de sua liberdade através de políticas públicas envolvendo saúde, educação, tecnologia, infraestrutura, bem-estar, acolhimento e inclusão. Como as FFAA na defesa, as polícias são apenas a parte tática da solução na segurança.

Ministro da defesa e secretários militares ou um para cada polícia, como no Rio de Janeiro, enfraquecem as ações de segurança e dão um poder indevido a quem já tem o poder da arma e do corporativismo. E uma secretaria nacional de segurança pública só funcionará se todas as polícias do país centralizarem suas informações num banco de dados nacional único, o que acho muito difícil, basta ver apenas a integração dos Detrans estaduais ao Senatran e Denatran que não aconteceu até hoje.

E as políticas devem ser reconhecidas com o maior ou menor direcionamento de recursos, cabendo a intervenção federal quando não atingir os índices mínimos estabelecidos.

Pra não dizer que não trago propostas, sugiro a (1) implantação da Escola Nacional de Segurança Pública e Inteligência, projeto anunciado em 2018 e que até hoje não saiu do papel. Um polo para formação de pessoal civil e qualificação dos militares englobando gestão pública, direitos humanos, segurança comunitária, inteligência em segurança, operações conjuntas e outras deficiências de nossas forças policiais; (2) adesão obrigatória a um banco nacional de dados; (3) uso obrigatório de câmeras corporais; (4) padronização de equipamentos e armamentos, e (5) revisão pedagógica dos cursos de formação.

O crime não tem fronteiras como mostram o fortalecimento e a nacionalização das milícias e das facções nos últimos anos e só é possível o combate efetivo com ação nacional integrada.

Enquanto a sociedade não controlar o poder armado, o crime o fará e continuaremos reféns de instituições infiltradas por milícias, traficantes e golpistas.

É minha opinião, sujeita a sugestões e contraditório.