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on 29 agosto 2023

PLANEJAMENTO - ECONOMIA DO CONHECIMENTO

“O planejamento não diz respeito às decisões futuras, mas às implicações futuras de decisões presentes”, Peter Drucker.

Economia do Conhecimento é um termo usado pioneiramente por Peter Drucker, nos anos 60, para se referir a capacidade de o conhecimento gerar valores tangíveis e intangíveis. Ele deu o devido crédito a Fritz Machlup e Frederick Winslow, precursores em usar o conhecimento como recurso econômico através do treinamento e desenvolvimento de processos específicos para cada trabalho resultando numa gestão eficiente e eficaz.

Nascidos em meados do século 20, os três lançaram as bases da gestão moderna. Muitos executivos e gestores levaram mais de um século para entender que planejamento, regras claras, flexibilidade no ambiente de trabalho, remuneração variável, investimento na qualificação de colaboradores e estruturas enxutas e funcionais facilitam a gestão, reduzem custos e melhoram a rentabilidade. Hoje, a maioria das empresas parece ter entendido a lição e direcionam grande volume de recursos para gestão, educação, design e comunicação.

No século da cooperação, a economia do conhecimento vem para impulsionar a geração de valor consciente, sustentável e justo.

Conhecimento não é só o conteúdo acadêmico disponível em livros, portais, manuais e papers,, é todo o conteúdo e experiência acumulados em sua trajetória. São massas de informação que não são medidas pela quantidade, apenas pelo valor que geram ao se tornarem conhecimento.

China e Coréia do Sul foram as precursoras da economia do conhecimento como política de estado focando no aprimoramento de produtos existentes e produção de similares ou novos com valor agregado, dando vida a máxima “nada se cria, tudo se copia”. Suas empresas se tornaram as maiores fornecedoras de insumos de alto valor e qualidade para indústrias e serviços do mundo inteiro pelo forte investimento em educação e universalização do conhecimento em todas áreas, da educação à saúde, da segurança à indústria.

Café gourmet, carnes nobres, tecnologia embarcada, veículos autônomos, dinheiro digital, biociências, agricultura de precisão, roupas sustentáveis, fármacos, componentes eletrônicos e tantos outros são exemplos da substituição da capacidade de produção pelo valor agregado pelo conhecimento.

Os polos tecnológicos substituíram as grandes áreas que formavam polos e distritos industriais. Em um metro quadrado de um polo tecnológico pode se produzir mais valor econômico, financeiro ou social que um ou mais polos tradicionais.

Somos bombardeados com informações o tempo todo e é preciso uma inteligência fluida para transformar com rapidez e objetividade essa matéria prima em conteúdos pertinentes. Baseado em informações, estratégias, inovação e tecnologia, ele pode ser acumulado indefinidamente, tanto quanto pode ser atualizado ou descartado em curto prazo.

O capitalismo tradicional – trabalho-valor-capital, mudou para conhecimento-valor-capital. O trabalho deixou de ser um esforço produtivo individual e migrou para comunidades afins e compartilhadas em redes humanas de cooperação. Mesmo sendo universal, conhecimento nunca será commodity e diferentemente de produtos tradicionais, pode ser compartilhado, crescer e aumentar seu valor em clusters planetários.

O poder está nas mãos de quem detém o conhecimento, não as máquinas, porque o maior ativo de uma empresa é a capacidade do seu capital social gerar valor. A riqueza medida pelo patrimônio, estrutura, filiais e número de trabalhadores, foi substituída pelo valor da marca, produtividade e potencial inovador de sua equipe.

O valor do seu negócio está na qualidade do conhecimento gerado e na proposta de inovação da empresa.