Por que os donos de big techs afastam seus filhos do excesso de tecnologia?
A Suécia pretende diminuir e até eliminar o uso de computadores e telas
voltando ao uso de livros, cadernos, lápis e canetas, devido a queda brutal da capacidade de leitura e escrita dos alunos, num país com excelente
cobertura tecnológica, índices de desenvolvimento excelentes e fácil acesso a
bens de consumo.
Em seis anos, caiu de 7º (556 pontos) para 13º (544 pontos), no PIRLS
(Estudo Internacional de Progresso em Leitura, sigla em português), pesquisa
mundial que avalia a capacidade de leitura, compreensão, coleta de informações,
compreensão de contexto e capacidade de expressão de estudantes das séries
iniciais.
O programa de digitalização visava aproveitar
a tecnologia e adaptar o cérebro à
velocidade, mas o resultado foi a diminuição
das competências de aprendizado, dependência
de informação pronta, preguiça de
investigar, perda da escrita,
diminuição na capacidade de leitura,
queda do coeficiente intelectual, danos à saúde mental e dificuldades em se expressar e
memorizar.
O governo entendeu como um PROBLEMA
NACIONAL com sérias consequências no acesso à informação e grandes dificuldades
no relacionamento interpessoal.
Textos curtos, linguagem cifrada, importância da desimportância,
impaciência para debates, aulas, documentários ou filmes, vídeos relâmpagos e
efêmeros, imediatismo e dificuldade de concentração transformaram a ansiedade em um grande problema
mundial. E já há estudos mostrando que a troca da escrita pela oralidade “zapiana”
está gerando perda da memória.
Como resultado, estamos criando uma geração capenga, sem as capacidades básicas para conviver com a tecnologia e encarar
o mundo.
Manuel Castells, sociólogo espanhol, afirma que 97% das informações necessárias
do planeta estão digitalizadas e 80% delas estão disponíveis na rede.
Não é banir a tecnologia, mas preparar
o jovem para usar essa fonte com inteligência e propósito. E também preparar os
professores para conviver com ela,
aperfeiçoando as competências
pedagógicas e os métodos de ensino.
O Brasil, um país onde o acesso à tecnologia é discriminatório e caro,
sem equipamentos para todos e sem sinal de internet confiável e estável na
maioria dos municípios do país e com 419 pontos (52ª) no PIRLS tem um estado,
São Paulo, que anuncia a eliminação
dos livros didáticos.
A decisão de São Paulo é uma mudança radical sem passar pela fase de transformação das estruturas físicas e
pedagógicas, qualificação de professores
e adaptação de alunos, além de ser uma
decisão que deve ser discutida e compartilhada entre poder público e sociedade.
Nem levo em conta que o secretário de educação de São Paulo é dono da
empresa que vendeu quase R$ 200 milhões para o MEC em computadores e telas no
governo anterior.
As escolas atuais devem abandonar o padrão
de perpetuar valores e estruturas de poder e iniciar o aprofundamento de pesquisas
e conteúdos que provoquem mudanças, desafiem os jovens, quebrem paradigmas, discutam o mundo e capacitem a criação de filtros uma vez que qualquer informação recebida
pode ser confrontada com pesquisa em bancos de dados de bibliotecas, institutos
de pesquisa e universidades do mundo inteiro.
E desenvolver políticas que
aprimorem a socialização e interação entre seus alunos incentivando a convivência, solidariedade, empatia e debate
crítico.
Cabe a ela formar indivíduos numa evolução
do ensino à aprendizagem. Formar mão de obra é um problema para o sistema S.
Como leigo, entendo que ensino
é dar as ferramentas básicas ao aluno. Aprendizagem
é saber usar estas ferramentas para aumentar seu conhecimento. No ensino, o
aluno é o objeto. Na aprendizagem,
ele é o sujeito.
Mas estou aberto ao debate.
Link para matéria citada na arte;
https://brasil.elpais.com/brasil/2016/07/12/tecnologia/1468352196_911950.html
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