A capital gaúcha passou por momentos traumáticos – pandemia, enchente e alagamentos, nos últimos quatro anos, mas vive uma eleição como se tudo fosse um mar de rosas.
A situação aproveita o discurso da reconstrução e a oposição não consegue conexão com o eleitor e nem colocar no colo do prefeito sua parte de responsabilidade na tragédia que ainda repercute na vida das pessoas.
A primeira delas seria colocar
em pauta a diferença entre enchente e alagamentos, identificando as
falhas da administração. A enchente foi um fenômeno climático, mas os
alagamentos são de exclusiva responsabilidade do prefeito-candidato.
O prefeito de Porto Alegre usa o
discurso de que está reconstruindo a cidade enquanto os outros
candidatos não têm projetos.
1. Reconstruir é obrigação
qualquer que seja o prefeito .
2. Se tivesse feito seu trabalho
teríamos menos dor, o esforço de reconstrução seria menor e o
custo não seria tão alto à sociedade.
3. O prefeito tem grande chance
de se reeleger por falta de adversários e pelo extremo preconceito
e conservadorismo da população. E ele sabe disso.
A oposição passou 4 anos sem desenhar
um programa e sem construir uma candidatura viável com identidade com a
cidade. Querem fazer em poucos meses um trabalho de anos e onde egos e nomes
e compromissos internos entre correntes não bastam. É preciso conexão
casual, diminuir rejeições, consolidar o discurso do partido e ter
presença permanente, física e digital, junto à comunidade.
Os partidos e políticos devem repensar
seus projetos estratégicos de comunicação política.
Isso, caso tenham algum! Até tentei
alertar alguns, mas não entenderam até agora o que é comunicação política.
Interação permanente (on
e off line), pesquisas periódicas, avaliação de nomes,
temas mobilizadores, banco de soluções populares, visão de futuro,
compartilhamento de responsabilidades e cooperação popular conjunta são algumas
ações que conectam com o cidadão.
Democracia é o diálogo conflituoso entre os diferentes
para a construção de uma solução comum, mas os políticos e partidos acham que
têm a solução para tudo, cercam-se de instituições e organismos que aparelharam
e fingem dialogar.
Situação e oposição têm em comum
o mesmo temor preconceituoso contra movimentos organizados.
O eleitor tem a noção de
que é tudo mais do mesmo e vota sem compromisso de fiscalizar e
participar.
Eleição é participativa e o período eleitoral é hora de colher, não de plantar.
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