Cincopes

on 09 setembro 2024

POLÍTICA - TRISTE E POBRE ELEIÇÃO

A capital gaúcha passou por momentos traumáticos – pandemia, enchente e alagamentos, nos últimos quatro anos, mas vive uma eleição como se tudo fosse um mar de rosas.

A situação aproveita o discurso da reconstrução e a oposição não consegue conexão com o eleitor e nem colocar no colo do prefeito sua parte de responsabilidade na tragédia que ainda repercute na vida das pessoas.

A primeira delas seria colocar em pauta a diferença entre enchente e alagamentos, identificando as falhas da administração. A enchente foi um fenômeno climático, mas os alagamentos são de exclusiva responsabilidade do prefeito-candidato.

O prefeito de Porto Alegre usa o discurso de que está reconstruindo a cidade enquanto os outros candidatos não têm projetos.

1. Reconstruir é obrigação qualquer que seja o prefeito .

2. Se tivesse feito seu trabalho teríamos menos dor, o esforço de reconstrução seria menor e o custo não seria tão alto à sociedade.

3. O prefeito tem grande chance de se reeleger por falta de adversários e pelo extremo preconceito e conservadorismo da população. E ele sabe disso.

A oposição passou 4 anos sem desenhar um programa e sem construir uma candidatura viável com identidade com a cidade. Querem fazer em poucos meses um trabalho de anos e onde egos e nomes e compromissos internos entre correntes não bastam. É preciso conexão casual, diminuir rejeições, consolidar o discurso do partido e ter presença permanente, física e digital, junto à comunidade.

Os partidos e políticos devem repensar seus projetos estratégicos de comunicação política.

Isso, caso tenham algum! Até tentei alertar alguns, mas não entenderam até agora o que é comunicação política.

Interação permanente (on e off line), pesquisas periódicas, avaliação de nomes, temas mobilizadores, banco de soluções populares, visão de futuro, compartilhamento de responsabilidades e cooperação popular conjunta são algumas ações que conectam com o cidadão.

Democracia é o diálogo conflituoso entre os diferentes para a construção de uma solução comum, mas os políticos e partidos acham que têm a solução para tudo, cercam-se de instituições e organismos que aparelharam e fingem dialogar.

Situação e oposição têm em comum o mesmo temor preconceituoso contra movimentos organizados.

O eleitor tem a noção de que é tudo mais do mesmo e vota sem compromisso de fiscalizar e participar.

Eleição é participativa e o período eleitoral é hora de colher, não de plantar.