Cincopes

on 24 setembro 2024

PROSA - MULHERIZAR O MUNDO

A polêmica manifestação, estúpida e sincera  feita pelo executivo de um curso de EDUCAÇÃO, mostra como machismo, preconceito e discriminação estão entranhados na sociedade

Com essa filosofia, terá sua substituta autonomia e liberdade na gestão da empresa sem o viés do dono? Não foi uma manifestação extemporânea, ela se junta a tantas outras reacionárias, como a que questiona direitos do trabalhador e mostra um comportamento egocêntrico típico de quem não sabe como chegou ao topo.

É também, um alerta aos líderes e gestores quanto ao cuidado no trato e respeito com as pessoas, seja subordinado, cliente ou qualquer outra. A sociedade não tolera mais atitudes deploráveis como essa. O humanismo, a solidariedade e a empatia avançam, principalmente com as novas gerações, seja como consumidores ou ingresso no mercado de trabalho.

Aprendamos com elas!

Recentemente, dois filmes trataram do tema mulher de forma diferente e se prestam a propósitos com um foco comum. Barbie é uma tentativa de criar conexão com a realidade, Mulher Rei busca subverter a realidade pela história da protagonista. Ambas, em um mundo machista e patriarcal. Nem falo em raça, porque teria várias laudas para preencher.

Mulheres geram vida. pensam o meio ambiente, são mais unidas, não têm medo de seus sentimentos, amam seus filhos e têm noção de lar.

No Brasil, mulheres são dois terços do voluntariado em ongs, assistência social e filantropia e lideram os movimentos pela preservação ambiental e consciência quanto a mudança climática. Elas são afetadas diretamente por esses temas que tocam os homens apenas na carteira, para ganhar mais ou menos dinheiro.

O voluntariado é gratuito, se fosse pago, os homens estariam lá e ganhando mais do que elas. Mulheres se movem por ideais. Homens agem por interesses, já dizia Napoleão Bonaparte.

No mundo, 80% das pessoas deslocadas pelo impacto ambiental são mulheres e 70% das pessoas abaixo da linha da pobreza em todo o mundo.

A extrema-direita é predominantemente machista, mas tem várias mulheres em sua defesa. No Partido da Mulher Brasileira (PMB), 80% dos candidatos a prefeito nessa eleição são homens.

Seria hilário se não fosse trágico.              

Alguém consegue explicar por que milhões de mulheres confiam mais em homens para parlamentares, prefeitos, governadores e presidente do que em outra mulher? Por que desperdiçam seu poder de mudar o mundo e fazer uma nova história?

É preciso uma revolução cultural que leve conscientização às mulheres e educação aos homens desde de pequenos (assista o *vídeo no final), uma tarefa árdua pela resistência do patriarcado e risco ao poder do macho, principalmente o troglodita.

Ao invés da competição de testosterona, teríamos o cuidado como força de mobilização e civilização. As guerras seriam mais difíceis. Enquanto homens mandam soldados para o combate, as mulheres mandariam seus filhos.

Dou uma dica de leitura, o livro FAÇA ACONTECER: MULHERES, TRABALHO E A VONTADE DE LIDERAR, de Sheryl Sandberg.

Sheryl foi COO e membro dos conselhos de administração do Facebook e da Walt Disney Company, C-Level do Google e do Departamento do Tesouro estadunidense e a décima mulher mais poderosa do mundo pela Forbes. É investidora, consultora de negócios e criou uma ONG para ajudar mulheres Te falo de poderosa!!

Sheryl questiona o pequeno espaço das mulheres nos círculos de decisão, especula sobre os motivos e dá dicas práticas, sensatas e simples para as mulheres assumirem riscos e usarem seu potencial. Por que costumam julgar seu desempenho pior do que realmente é? Inclui reflexões sobre seus acertos e erros num conteúdo útil a qualquer gênero, porque trata de autoestima, igualdade, equidade, autoconhecimento, respeito e resiliência.

Mulheres são sujeito e foco da economia do cuidado e mais que lugar de fala, precisam ter lugar de respeito nos centros de decisão.

Para mulherizar o mundo, precisamos diversificar a sociedade, libertar sentimentos, politizar a política e descolonizar o pensamento.


Assista esse video da Alana para entender como os estereótipos criam um desvio cultural e social.