A corrupção ENDÊMICA é montada e administrada pelos políticos.
A corrupção SISTÊMICA é
montada e administrada pelo privado.
A endêmica é baseada na burocracia através de pedágio pago ao servidor ou percentual sobre o repasse ao dono da emenda. Sua sustentação está no aparelhamento feito pelos partidos na máquina estatal. Está entranhada nos três poderes institucionais e com seu poder político, financeiro e econômico, guiam e pautam o quarto poder, a imprensa.
A sistêmica faz da cartelização
e da propina diferenciais competitivos e se autorregula.
No governo Collor, a gênese da crise
foi a rebeldia contra o aumento percentual da propina e a chegada de novas
empresas que abalaram o cartel montado a partir do golpe de 1964.
Quantas empresas foram punidas?
Eram montadoras de automóveis, administradoras de cartão de crédito, bancos,
empreiteiras, estatais, prestadoras de serviço etc.
Ao dominar o Estado, este cartel
se tornou o quinto poder de fato. Isoladamente ou de forma cruzada,
atua em vários setores – de obras a energia, de seguros a mineração, de bancos
a comunicação. O repasse pode ser em dinheiro vivo, venda de
medidas legais ou legislando em causa própria.
A Operação Fariseu, em 2008, desviou
mais de R$ 15 bilhões (valores atualizados). Em 2013, com as primeiras
condenações, uma MP aprovada rapidamente, perdoou as multas e ninguém foi
para a cadeia. Lobbies negociam iniciativas legislativas em seu benefício,
como o perdão de dívidas de planos de saúde, multas do cade, financiamento do
agro, filantropia e outros.
E vieram mensalão, quadrilhão, petrolão,
tratoraço, orçamento secreto, dólar vacina e tantos outros. Poucos
envolvidos foram punidos ou presos e, alguns condenados acabaram perdoados
por falhas processuais ou manipulação do sistema.
O crime, organizado, poderoso
e infiltrado nos três poderes e na imprensa, se tornou o sexto poder. Tráfico,
milícias e seitas religiosas criaram facções e se estruturaram como empresas,
ocasionalmente, atuando em conjunto.
Nosso dinheiro financia esse sistema
que desvia recursos de obras fantasmas, eleitoreiras e desnecessárias para
manipular a vontade popular através da mentira, da construção de mitos e
personagens sem caráter. Pagamos para sermos manipulados.
Precisamos de uma facção
organizada do povo para tomar o poder usurpado pela politicagem, corrupção e o
crime, usando o voto consciente e a fiscalização permanente como
armas.
A omissão não é opção, porque quando fatos isolados se repetem, não é acaso, é método.
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