Cincopes

on 01 outubro 2024

POLÍTICA - DIVERSIONISMO DA EXTREMA-DIREITA

O surgimento do candidato P@blo M@rç4l foi caso pensado, muito bem pensado.

O suposto enfrentamento dentro das fileiras bol$on@rist4s é encenação. Os ataques mútuos noticiados com alarde não tiveram a consequência jurídica prometida.

O papel de M@rç4l é o diversionismo.

Sua postura é para não permitir o enfrentamento ideológico e de propostas Nunes-Boulos.

Os pontos vulneráveis do atual prefeito (corrupção, ligações com o PCC, fraudes e desvios administrativos) não tiveram a exposição devida.

A disputa eleitoral na maior cidade do Brasil virou um espetáculo e nunca os debates eleitorais tiveram tanta audiência. A agressividade, as mentiras, as ofensas, a grosseria e o desrespeito de M@rç4l com o telespectador faziam parte de uma tática de ocupação de espaço, pelo bem ou pelo mal.

Houve duas campanhas bem definidas, ambas de sucesso. Sem tempo de TV, M@rç4l usou os debates como palanque, pressionou os adversários e não permitiu o debate de ideias e projetos. E bombou nas redes sociais, onde ele e Nunes surfaram praticamente sozinhos por usarem a mesma estratégia.

E a tática deu tão certo que periga ambos os representantes do bol$on4rismo irem para o segundo turno.

Bol$on4ro ganhou de lavada de Lula em São Paulo, qualquer que seja o resultado da eleição, porque a Câmara estará nas mãos da extrema-direita.

A esquerda ainda não se atualizou em estratégias de comunicação política e abandonou pensadores como Aristóteles, Sun Tzu, Maquiavel, Kant, Durkheim, Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prado Jr, por publicitários que usam marketing de produto ao invés de marketing político. A safra de Duda, Nizan, Geraldão, João Santana, Santa Rita não teve herdeiros à altura.

Partidos e políticos precisam entender o poder da tecnologia e voltar à comunicação política ou, em 2026, teremos um circo nacional da pior qualidade com palhaços sem graça alguma.

E a imprensa chama de polarização o que não é polarizado porque não há discursos antagônicos e nem confronto de ideias. São propostas de um lado confrontando mentiras e a anarquia do outro, que usa o discurso democrático para acabar com a democracia.

A saída para São Paulo é se nordestizar urgentemente ou teremos várias faixas de Gaza no município.

Pobre, São Paulo!