O surgimento do candidato P@blo M@rç4l foi caso pensado, muito bem pensado.
O suposto enfrentamento dentro das fileiras bol$on@rist4s é
encenação. Os ataques mútuos noticiados com alarde não tiveram a consequência
jurídica prometida.
O papel de M@rç4l é o diversionismo.
Sua postura é para não permitir o enfrentamento ideológico e de propostas Nunes-Boulos.
Os pontos vulneráveis do atual prefeito (corrupção, ligações com o PCC,
fraudes e desvios administrativos) não tiveram a exposição devida.
A disputa eleitoral na maior cidade do Brasil virou um espetáculo
e nunca os debates eleitorais tiveram tanta audiência. A agressividade, as
mentiras, as ofensas, a grosseria e o desrespeito de M@rç4l com o telespectador
faziam parte de uma tática de ocupação de espaço, pelo bem ou pelo mal.
Houve duas campanhas bem definidas, ambas de sucesso. Sem tempo de
TV, M@rç4l usou os debates como palanque, pressionou os adversários e
não permitiu o debate de ideias e projetos. E bombou nas redes sociais,
onde ele e Nunes surfaram praticamente sozinhos por usarem a mesma
estratégia.
E a tática deu tão certo que periga ambos os representantes do bol$on4rismo
irem para o segundo turno.
Bol$on4ro ganhou de lavada de Lula em São Paulo, qualquer que seja
o resultado da eleição, porque a Câmara estará nas mãos da extrema-direita.
A esquerda ainda não se atualizou em estratégias de comunicação
política e abandonou pensadores como Aristóteles, Sun Tzu, Maquiavel, Kant,
Durkheim, Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prado Jr, por publicitários que usam
marketing de produto ao invés de marketing político. A safra de Duda,
Nizan, Geraldão, João Santana, Santa Rita não teve herdeiros à altura.
Partidos e políticos precisam entender o poder da tecnologia e voltar
à comunicação política ou, em 2026, teremos um circo nacional da pior qualidade
com palhaços sem graça alguma.
E a imprensa chama de polarização o que não é polarizado porque
não há discursos antagônicos e nem confronto de ideias. São
propostas de um lado confrontando mentiras e a anarquia do outro, que usa o
discurso democrático para acabar com a democracia.
A saída para São Paulo é se nordestizar urgentemente ou teremos
várias faixas de Gaza no município.
Pobre, São Paulo!
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