Cincopes

on 01 outubro 2024

POLÍTICA - O ECONÔMICO E O SOCIAL

 "Em economia, as verdades são incertas. Devemos ser humildes quanto à precisão de nossas teorias. Nossa humildade resulta do conhecimento, não da ignorância”, Paul Samuelson

Economia é uma ciência social e sempre deve ter uma visão em benefício da sociedade. Quem deve se preocupar com a frieza dos números são os administradores.

Precisamos de um grande projeto de esclarecimento nacional sobre ECONÔMICO e SOCIAL.

Um projeto de país precisa de desenvolvimento econômico e social, mas no Brasil, há uma clara supremacia do mercado na defesa apenas do econômico. O econômico nem sempre leva ao desenvolvimento social, mas o social sempre leva ao desenvolvimento econômico.

A importância dada ao PIB (Produto Interno Bruto) e o ostracismo do FIB (Felicidade Interna Bruta) mostra com clareza esse distanciamento.

Começa pelos termos usados. Subsídios, isenções e recursos ao privado são “financiamento” e incentivos. Verbas para saúde, educação, infraestrutura e assistência social são “gasto”, mesmo ambos tendo a mesma finalidade e serem oriundos do mesmo contribuinte e do mesmo cofre.

A história já provou que não existe “crescer o bolo para depois dividir”, prática que quase quebrou o país e é responsável direta pela concentração de renda e cartelização empresarial iniciada no período da ditadura e presentes até hoje.

Se perguntar a qualquer economista do mundo porque nossa taxa de juros é tão alta diante dos números da economia, nenhum conseguirá justificar.

Ao contrário, aumenta os investimentos externos, baixa nossa nota em agências internacionais de rating e as previsões de futuro são otimistas. Quais suas justificativas? Visão de longo prazo e menosprezo aos detalhes, o inverso dos interesses políticos e de poder locais.

Nossos economistas negam a humildade, projetam baseados na ignorância e são mestres em usar malabarismos verbais para justificar o injustificável.

Diminuiu o desemprego, inflação dentro da meta, aumenta a massa salarial, custo com funcionalismo diminuiu, aumenta a produção industrial, diiminui a dependência do agro, serviços crescem acima da média, reservas cambiais altas, mas... tem sempre um mas.

Agora, ameaçam fazer dois aumentos de juros até o final do ano, antes da troca de presidente do Banco Central. A desculpa é que o crescimento está muito rápido, o emprego pressiona os salários e nossa estrutura não suporta o aumento de demanda de produtos. Como o empresário pode investir na empresa, pagar melhores salários e adquirir bens de capital com o juro nas alturas?

Pra eles, sempre tá bom, mas tá ruim.

Só não está bom para quem quer investir, desenvolver, empreender, criar empregos, gerar renda, exportar e criar um ambiente de desenvolvimento econômico e social.

Todo o início de ano é a mesma coisa!

ANO

PIB/Jan

PIB/Dez

JURO/Jan

JURO/Dez

2022

1,2%

3,1%

9,25%

13,75%

2023

1,4%

2,9%

13,75%

11,75%

2024

1,2%

3,2%*

11,75%

11,25%*

*previsões Focus

A previsão de juro alto é sempre por uma visão de caos futuro. Apostam em PIB baixo, inflação alta e maior desemprego, e quando não se concretizam, azar, já ganharam bastante dinheiro. Tem sido assim sempre, independente de governo, e será assim se não houver um movimento da sociedade e do empresariado para mudar o quadro.

E a população, pouco esclarecida e muito manipulada, faz conjecturas baseadas em ideologia quando na verdade é só dinheiro mesmo.

E segue o jogo, onde sempre ganham os mesmos.