“Strong
and wrong beats the weak and right” (o forte e errado supera o fraco e certo),
Bill Clinton
Esta frase do ex-presidente norte-americano, Bill Clinton, em 2002, foi
usada como justificativa a derrota dos Democratas nas eleições parlamentares
diante da reação enérgica e violenta do presidente George Bush ao ataque
terrorista do 11 de setembro do ano anterior.
A frase completa de Bill Clinton explica um pouco da estratégia da
extrema-direita em todo o mundo. Eleger um inimigo ou inimigos que devem ser
exterminados a qualquer custo em nome de palavras de ordem que não tem relação
com a realidade.
Líderes muito fortes ou muito fracos podem ser um perigo à democracia e
esse é o grande dilema do eleitor norte-americano. Trump tem um perfil de líder
autoritário e autocrata frente ao perfil democrata forte, mas não decisivo de
Biden.
Se o Capitólio tivesse o mesmo perfil do Congresso brasileiro, Biden seria
seu refém como aconteceu com o capitão ex-presidente brasileiro diante de sua fragilidade
política.
Na eleição presidencial nos EUA, o índice de rejeição dos candidatos é
alto por motivos diferentes e o atentado deve servir de combustível para
diminuir a rejeição a Trump, único meio de ele ter chance de vencer a eleição
porque não tem mais margem para avançar junto ao eleitorado, ao contrário de
Biden.
Para Trump, essa não é uma nova eleição, mas a tentativa de deslegitimar a
vitória de Biden em 2020, porque “perdedor” não existe em seu vocabulário. Uma nova
derrota em 2024 terá consequências inimagináveis em sua vida e talvez no país.
Trump foi vítima de seu discurso, mas ganhou cobertura majoritária na mídia,
tomou conta das redes sociais e causou comoção nacional que, além de
impulsionar sua campanha, diminuem a força das críticas direcionadas a ele e coloca
em segundo plano os processos judiciais que enfrenta. Não se ataca o animal ferido.
O vírus desse espírito belicoso norte-americano se
espalhou pelo mundo.
Criar inimigos e fantasmas espalha o medo e a insegurança que justificam
a opção pelo forte, mesmo errado. A estratégia é mundial e atos isolados de
malucos, repercutidos com esperteza servem para isso, seja tiro ou tiro.
Nesta guerra, forma (postura) vence conteúdo (discurso).
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