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on 23 janeiro 2024

PLANEJAMENTO - INOVAÇÃO E CULTURA

 “A cultura come a estratégia no café da manhã”, Peter Druker

Inovação sempre foi a base para negócios sobreviverem a longo prazo e o avanço da tecnologia a colocou no centro das discussões.

Novidades e produtos tinham um longo ciclo de vida, sobrevivendo por anos ou décadas até que chegasse a concorrência com menor preço, mais qualidade, novo design, mais funcionalidades e usos múltiplos.

Estão aí os exemplos de Kodak, Blockbuster, Xerox, IBM e outros gigantes que sucumbiram, se reinventaram ou pivotaram radicalmente para sobreviver.

Atualmente, os ciclos são relâmpagos, o novo de hoje será velho ou superado amanhã.

A questão é que temos um novo perfil de consumidor que já não se emociona por novidades sem propósito e para ter sua atenção e preferência, marcas precisam ter estratégias culturais.

O mundo pós pandemia acelerou o panculturalismo e hoje a cultura nos une e nos divide.

Compreender os corações e mentes das pessoas permite atender seus desejos e necessidades, cria conexões sociais e comunitárias e orienta sua busca por soluções que antecipam o futuro.

Em resumo, é ouvir e compreender para agir.

Cultura não é fastfood, tem que ser vivida, entendida, saboreada e degustada. Uma missão quase impossível quando tudo tenta fragmentar nosso pensamento e abalar nosso poder de concentração e capacidade analítica.

É uma luta da sociedade contra um sistema que tenta fazer com que algoritmos nos levem ao comportamento de bando, falemos pouco e escrevamos menos ainda, sem pensar ou refletir

As empresas devem entender que temos um novo consumidor segmentado, não por idade ou gerações, mas por cultura. Atualmente, as pessoas estão conectadas umas às outras e compartilham experiências mesmo estando separados.

O isolamento devido ao Covid19 levou à adesão forçada ao digital e criou um momento raro de equalização geracional, quando não à uniformidade entre gerações. Hoje, todos são digitais, uns mais, outros menos. A distância visível entre as gerações passadas, se tornou um fio invisível que conecta as atuais.

A comunicação é omnidirecional criando uma mentalidade, um padrão cultural, um modo de vida. Há uma forte conexão gerando tendências, movimentos e culturas que impactam o mundo em que vivem, independente de idioma, filosofia, distância física, limites geográficos, barreiras alfandegárias ou diferenças étnicas. A globalização evoluiu para o globalismo.

Uma evolução que criou uma geração touchless, unidos por laços invisíveis tão fortes que eles têm poder para influenciar uns aos outros e espalhar pensamentos, posturas e atitudes além de sua comunidade.

Os jovens transferem conhecimento digital aos experientes e estes devolvem formas de melhor aproveitar a tecnologia e a vida. Os experientes praticam a empatia ao ajudar os jovens a construir um futuro onde não estarão presentes.

É uma conexão cultural em que o respeito impede a arrogância.

Ainda temos resistentes que querem manter valores e estruturas anacrônicas de outros séculos. Teimam, esperneiam contra as mudanças querendo que os jovens permaneçam num mundo que não existe mais.

É um tempo de reformulação e redefinição em que as marcas, para se manterem relevantes nesse novo mundo, devem pensar o seu presente e agir para o seu futuro.

É preciso inovar seus conceitos e mentalidade para ser parte relevante dessa nova cultura.